sexta-feira, 4 de julho de 2014

MORTE DAS TONINHAS EM PERUÍBE

Por Rosana M Gaeta
04/07/2014


Em 27 de junho de 2014 estivemos visitando o aquário de Peruíbe  entrevistando os biólogos Thiago Nascimento e Isabelle Corrales Nunes, sobre a morte das sete toninhas que ocorreu dia 25 de junho na praia de Ruínas.                                        
               
Aquário de Peruíbe foto Rosana Gaeta


                                                                      

Thiago e Isabelle próximos a exposição  sobre as toninhas no auditório do aquário - foto Rosana Gaeta
Segundo os biólogos eram sete toninhas sendo cinco fêmeas estando três delas prenhas e dois machos. Após a necropsia realizada em parceria com o Gremar Resgate e reabilitação-Guarujá, pode-se verificar que as Toninhas morreram por afogamento próximo a praia e em rede de pesca, talvez rede de arrasto. Uma das fêmeas prenhas veja a foto do filhote abaixo, estava inclusive com o bico quebrado causado talvez pelo enorme esforço que fez para sobreviver.
                                                 

             Filhote de toninha morto com a mãe em exposição no aquário de Peruíbe
http://www.aquariodeperuibe.com.br/index.php/en/ 
fotos: Rosana Gaeta

As toninhas são pequenos golfinhos que se encontram na lista de espécies em risco de extinção e normalmente vivem em grupos pequenos de 3 a 4 indivíduos.
A morte de sete juntos indica a morte de dois grupos.

Fonte : A Tribuna de Santos  foto arquivo pessoal Thiago Nascimento
Após a entrevista e conhecer o trabalho educativo realizado pelo aquário fiquei me perguntando:
-O que poderia ser feito para evitar estas mortes?
-O que significa para nós humanos uma espécie deixar de existir em nosso mundo?
-Qual a nossa responsabilidade, enquanto espécie humana que vive neste planeta em salvar uma espécie que poderá não existir mais?
E as mortes continuam esta semana no dia 02 de julho, novamente outras duas toninhas fêmeas  foram encontradas mortas, na praia de Ruínas em Peruíbe.

foto Thiago Nascimento

Qual o órgão responsável por investigar a morte de animas em risco de extinção?
Cabe também à população reconhecer a importância de possuir como um de seus habitantes, a Toninha e protege-la.
Esperamos que Peruíbe seja um exemplo de busca de soluções para evitar mortes como estas.
Mas para isto teremos que nos unir pedindo socorro para as Toninhas assim como iniciou o Aquário de Peruíbe e pelo face book o Gremar Resgate e reabilitação. https://www.facebook.com/gremar.resgateereabilitacao

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Sete golfinhos são encontrados mortos em praia de Peruíbe

fonte: De A Tribuna On-line
N/A
Golfinhos foram encontrador mortos em Peruíbe

Sete golfinhos da espécie toninha foram encontrados mortos em um trecho da Praia das Ruínas, em Peruíbe, na manhã desta quarta-feira. Em razão das marcas existentes na pele dos animais marinhos, a suspeita é de que tenham ficado enroscados em alguma rede de pesca.

De acordo com informações do biólogo do Aquário de Peruíbe, Thiago Nascimento, que atuou nos primeiros atendimentos aos animais, dos sete animais, três (dois machos e uma fêmea) eram jovens. Os demais, quatro adultos, eram fêmeas. Duas delas, segundo o biólogo, estavam prenhas.

“Ainda vamos realizar a necropsia em outras duas fêmeas para verificar se também haviam filhotes no interior do útero”.

Apesar de ser comum este tipo de espécie aparecer na praia, o biólogo comenta que nunca havia presenciado a morte de tantos animais ao mesmo tempo.

N/A
A suspeita é que eles tenham ficado enroscados em alguma rede de pesca
“Normalmente registramos duas ou três ocorrências por ano envolvendo este tipo de espécie. Um caso como esse é incomum. Acreditamos que, como os golfinhos costumam andar em grupo, algum tenha se enroscado na rede de pesca e os demais tenham tentado ajudá-lo a desenroscar”.

Ainda conforme o biólogo, na necropsia foi possível identificar marcas de dentes na pele de alguns animais e também fraturas nos bicos.

domingo, 22 de junho de 2014

Praia tóxica

Filtros solares comercializados no Brasil têm substâncias que podem provocar distúrbios no sistema hormonal. Os chamados interferentes endócrinos presentes nesses cosméticos foram encontrados em mamíferos aquáticos.

Por: Henrique Kugler
Praia tóxica
Na praia de Atalaia, em Fernando de Noronha, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) proibiu o uso de filtro solar para evitar danos ao ecossistema. (foto: André Albuquerque/ Flickr – CC BY-NC 2.0)
Na próxima vez que comprar um filtro solar, o leitor se lembrará desta reportagem. Pois nos rótulos dos produtos – anunciados em horário nobre com direito a cenários paradisíacos de apoteose ao verão – escondem-se informações que lhe farão pensar duas vezes antes de aplicá-los à pele. Recentes investigações científicas revelam um segredinho que a publicidade não diz: filtros solares levam, em suas formulações, compostos químicos que podem provocar distúrbios no sistema hormonal de mamíferos. São os chamados interferentes endócrinos.
A indústria cosmética usa, hoje, 26 substâncias orgânicas com propriedades bloqueadoras de raios ultravioleta. Destas, 19 provocam alterações hormonais. “O dado é alarmante, mas ainda pouco conhecido pela população”, comenta a bióloga Mariana Alonso, do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Tais substâncias não são oriundas apenas dos filtros solares. Elas estão também em cremes de beleza, xampus, maquiagens, tecidos, lentes de óculos escuros e mesmo automóveis, cujas tintas levam fator de proteção contra a radiação ultravioleta
É que pesquisas a esse respeito começaram apenas recentemente. Foi em 2010, na Europa, que veio à tona o primeiro estudo a identificar, em águas costeiras, traços de filtro solar. Ao contrário do que se pensa, tais substâncias não são oriundas apenas dos tradicionais produtos que aplicamos diretamente na pele para nos proteger do Sol. Elas estão também em cremes de beleza, xampus, maquiagens, tecidos, lentes de óculos escuros e mesmo automóveis, cujas tintas levam fator de proteção contra a radiação ultravioleta. 
Bloqueadores solares são onipresentes em nossa vida. Por isso cientistas passaram a dedicar, ao longo dos últimos cinco anos, olhar atento aos componentes químicos desses produtos. E as surpresas não foram boas. 
Alonso publicou em 2013 o primeiro estudo que constatou a presença de octocrileno – um dos interferentes endócrinos mais usados em cosméticos com fator de proteção solar – em mamíferos aquáticos. Altos níveis da substância foram encontrados no fígado de golfinhos (Pontoporia blainvillei). Foram animais coletados entre 1994 e 2009 na faixa litorânea que vai do Rio Grande do Sul ao Espírito Santo. Eram, na verdade, golfinhos vitimados por encalhes nas areias das praias; ou por capturas acidentais em redes de pesca. Dos 56 animais submetidos à análise, 21 estavam contaminados.
“Os níveis mais altos de octocrileno foram aferidos nos golfinhos do litoral do Rio Grande do Sul; mas a frequência maior de contaminação – maior percentual de espécimes com níveis detectáveis da substância – foi verificada no estado de São Paulo”, constatou a bióloga da UFRJ.
“Em todos os casos, foram índices de contaminação tão elevados que nossos colegas espanhóis, que nos auxiliavam nos exames de laboratório, chegaram a pensar que estávamos analisando amostras de protetores solares; e não amostras dos próprios golfinhos”, conta Alonso. As concentrações variaram de 90 a 780 nanogramas para cada grama (ng/g) de lipídio do animal; quando o valor esperado deveria ser inferior a 23 ng/g, limite de detecção da técnica.

Confira o mapa interativo preparado pela CH On-line que mostra os locais onde foram encontrados golfinhos contaminados por octocrileno

“Na verdade, eles não deveriam apresentar contaminação nenhuma por esse tipo de substância”, diz a pesquisadora. Os resultados da investigação foram divulgados no periódico Environmental Science & Technology (v. 47, 2013).
Ao analisar um dos golfinhos, os pesquisadores notaram que se tratava de uma fêmea grávida. Decidiram então, por curiosidade, analisar sua placenta. “O órgão também estava contaminado por octocrileno.”

Muito além do bronzeado

“Se há octocrileno na placenta de golfinhos, é muito provável que ele esteja também na placenta humana”, avisa a bióloga. “Pois, bioquimicamente, somos similares aos mamíferos marinhos.” Esses animais podem ser entendidos como ‘espécie sentinela’: o que acontece com eles pode acontecer – ou já está acontecendo – com o ser humano.
Alonso preocupa-se especialmente com mulheres grávidas. “Nos momentos críticos do desenvolvimento do feto, qualquer desregulação hormonal pode ser altamente nociva”, diz. “Em experimentos com ratos, perturbadores endócrinos já provocaram formação de animais que tinham, ao mesmo tempo, órgãos sexuais femininos e sistema nervoso central com características comportamentais e hormonais de indivíduos do sexo masculino.” 
As substâncias presentes nos filtros solares estimulam a produção de estrogênio (hormônio feminino) e inibem a produção de testosterona (hormônio masculino)
Segundo a pesquisadora, as substâncias presentes nos filtros solares são estrogênicas e antiandrogênicas. Em outras palavras: estimulam a produção de estrogênio (hormônio feminino) e inibem a produção de testosterona (hormônio masculino). “Por isso feminizam os organismos.”
Novidade: cientistas já encontraram interferentes endócrinos no leite materno também. Estudo liderado pela toxicologista Margret Schlumpf, da Universidade de Zurich, detectou concentrações de até 135 nanogramas de octocrileno em 67% das amostras que analisou, enquanto os 23% restantes apresentaram níveis não detectáveis da substância. O trabalho foi publicado no periódico Chemosphere em 2010 (v. 81, nº 10). Segundo a pesquisadora, essas concentrações são associadas diretamente ao uso de cosméticos e filtros solares. “O estudo revelou correlação significativa entre o uso de produtos contendo filtros UV e sua presença no leite materno”, escreve Schlumpf.

Você leu apenas o início da reportagem publicada na CH 315. Clique aquipara acessar uma edição resumida da revista e ler o texto completo. 

Henrique Kugler
Ciência Hoje/ RJ

Pesca da piracatinga será temporariamente proibida na Amazônia


Decisão protege golfinhos e jacarés que são usados como isca; Pesquisas tiveram papel importante para gerar conhecimento sobre a situação das espécies e fornecer subsídios para a implementação da nova medida.


Com a proibição temporária da pesca da piracatinga (Calophysus macropterus), espécies como o boto-vermelho (Inia geoffrensis), na foto, sofrerão menor pressão antrópica. 
Crédito: Fábio Colombini
A partir de janeiro 2015, a pesca da piracatinga (Calophysus macropterus) estará proibida na Amazônia. A moratória, que vale por cinco anos, tem como objetivo proteger os jacarés e botos-vermelhos (golfinhos amazônicos) que atualmente são utilizados como isca nessa modalidade de pesca. “Essa é uma grande vitória para a natureza”, afirma Sannie Brum, pesquisadora do Instituto Piagaçu (IPI) que desenvolveu um projeto para conservação do boto-vermelho (Inia geoffrensis) e já alertava sobre essa problemática desde 2009, quando teve uma pesquisa apoiada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. A instrução normativa foi assinada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, além do ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes.
 
Segundo Sannie, as pesquisas científicas são muito importantes para o processo de aprovação de instruções normativas, pois seus resultados balizam as discussões. “Os dados alarmantes das pesquisas que foram divulgados nos meios de comunicação contribuíram para fornecer subsídios para o Ministério Público preparar a primeira recomendação que resultou nessa moratória. Acreditamos que esses resultados motivaram e contribuíram significativamente para a instrução normativa”, explica.
 
As instituições que financiam os estudos também têm papel fundamental em resultados como esse. “Elas são primordiais, pois os dados não seriam conseguidos sem o apoio dos financiadores, e sem essas informações o poder público teria maiores dificuldades para tomar providências, levando mais tempo para identificar os problemas. É um ciclo de geração de conhecimento que gera conservação”, destaca Sannie Brum. Uma dessas instituições é a própria Fundação Grupo Boticário, que desde 1990 já apoiou cinco iniciativas para a conservação do boto-vermelho na Amazônia. Outra ONG importante é a Associação Amigos do Peixe-Boi (AMPA), criada em 2001 para proteger as espécies de mamíferos aquáticos da Amazônia, como o peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis), a lontra neotropical (Lontra longicaudis) e a ariranha (Pteronura brasiliensis), além do próprio boto-vermelho (Inia geoffrensis).
 
Fiscalização é essencial
 
Apesar da importância da criação da moratória, é importante que ela não fique apenas no papel. De acordo com Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, essa questão é fundamental. “A assinatura da instrução normativa é um grande passo, mas é preciso colocá-la em prática para promover no longo prazo a conservação efetiva das espécies que estão sendo utilizadas para pescar a piracatinga”, comenta.
 
Ao ressaltar a importância do monitoramento da pesca, Malu lembra que a grande extensão do bioma amazônico é um fator que precisa ser considerado. “É preciso forte fiscalização nos rios onde há ocorrência de pesca para que as embarcações flagradas com piracatinga possam ser autuadas, garantindo a aplicação dessa nova política pública. Além disso, esse monitoramento precisa ser planejado de forma eficaz, considerando a grande extensão do bioma, os locais de maior ocorrência de pesca, além das dificuldades de acesso”, afirma.
 
Golfinhos em perigo
 
O estudo de Sannie Brum mapeou áreas de ocorrência da pesca da piracatinga na região do baixo Rio Purus, no Amazonas. A iniciativa demonstrou que a morte dos botos-vermelhos decorrente dessa pesca está bem acima de qualquer limite seguro, e que a atividade pesqueira é a grande ameaça à conservação da espécie na região. O projeto, que teve o apoio da Fundação Grupo Boticário, estima que o volume anual de pesca provoque a morte de 67 a 144 botos-vermelhos anualmente. Essa quantidade está bem acima do limite teórico de mortalidade, estimado em apenas 16 animais. A alta mortalidade do golfinho amazônico é explicada pelo seu uso como isca para a captura da piracatinga, pescado de baixo valor comercial, mas alta produtividade, característica que o torna uma importante fonte de recurso para os pescadores locais. Embora o peixe seja comum na região, não é usado para alimentação dos habitantes ribeirinhos, pois se alimenta de animais em decomposição.
 
Nas áreas pesquisadas, o volume de pesca da piracatinga é de ao menos 15 toneladas por ano, ritmo que ameaça seriamente a sobrevivência dos botos-vermelhos na região, caso continuem sendo usados como isca. “Por isso a importância dessa instrução normativa ser colocada em prática o quanto antes”, explica Sannie. A pesquisadora alerta ainda que as características da espécie contribuem para a vulnerabilidade do golfinho. “Eles têm reprodução lenta; após cerca de dez meses de gestação a mãe pode cuidar de seu filhote por até quatro anos, então a inserção de outro boto na natureza é demorada. Retirar da natureza, em grande quantidade, animais com esse tipo de característica biológica pode inviabilizar a manutenção da espécie”, alerta.
 
Outras ameaças
 
De acordo com o Plano de Ação Nacional para a Conservação (PAN) de Pequenos Cetáceos, que inclui o boto-vermelho, além da pressão de pesca, a espécie ainda enfrenta degradação de seus habitats. No Pará, o grande fluxo de embarcações no Rio Trombetas representa essa realidade. Já no Amazonas, um grande fator de pressão antrópica são as atividades petroquímicas, como a exploração e transporte de óleo e gás, em Manaus. O turismo desordenado, a implantação de novas usinas hidrelétricas e as atividades de garimpo e mineração também afetam os habitats do golfinho, fragmentando as populações e reduzindo o potencial genético da espécie.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Atualizado em  23 de janeiro, 2014 - 12:15 (Brasília) 14:15 GMT
fonte http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/01/140123_golfinhos_araguaia_fn.shtml
Foto: Nicole Dutra
Eles são parecidos com os botos-cor-de-rosa, mas foram encontradas diferenças nos dentes e DNA
Cientistas da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) descobriram uma nova espécie de boto, a primeira descoberta desse gênero desde 1918. Eles suspeitam, no entanto, que a nova espécie encontrada já tenha vindo à tona sob risco de extinção.
No estudo publicado na revista especializada Plos One, os pesquisadores da UFAM dizem que a espécie batizada como boto do Araguaia é uma das cinco integrantes do gênero que também inclui o boto cor-de-rosa, da Amazônia. Os pesquisadores estimam que haja apenas mil botos dessa espécie vivendo no rio Araguaia.
O boto do Araguaia teria se diferenciado dos outros familiares do gênero há mais de dois milhões de anos, segundo o pesquisador Tomas Hrbek.
"Foi tudo muito inesperado. É uma área onde as pessoas veem eles o tempo todo, já que são mamíferos grandes. Mas ninguém tinha notado (que era uma outra espécie)", disse.
As diferenças com o boto cor-de-rosa seriam o número de dentes. A nova espécie também seria menor. Mas, a maioria das diferenças foram encontradas nos genes do animal.
Ao analisar amostras de DNA de dezenas de botos dos dois rios, os pesquisadores concluíram que o do rio Araguaia era mesmo uma nova espécie.
Mas, mesmo depois destas análises, ainda pode haver questionamento.
"Em ciência você nunca pode ter certeza de nada", disse Hrbek.
"Analisamos o DNA mitocondrial, o que é, essencialmente, análise de linhagens, e não há compartilhamento de linhagens. Os grupos que vimos, os haplótipos, têm uma relação muito mais próxima entre eles do que entre outros grupos. Para isto acontecer, os grupos devem ter ficado isolados uns dos outros por um período longo", acrescentou.
"A divergência que observamos é maior do que as divergências observadas entre outras espécies de golfinhos", afirmou.

Futuro

Foto: Nicole Dutra
Nova espécie se diferenciou há cerca de dois milhões de anos
Os pesquisadores temem pelo futuro do boto do Araguaia, pois parece haver pouca diversidade genética entre esses botos devido à população reduzida. Os maiores riscos são trazidos pela ocupação humana na região.
"Desde a década de 1960, a bacia do rio Araguaia têm passado por uma pressão antropogênica significativa, devido a atividades agrícolas, fazendas e a construção de hidroelétricas", escreveram os autores do estudo na Plos One.
"Os botos estão no topo da cadeia, eles comem muito peixe. Eles roubam as redes de pesca, então os pescadores tendem a não gostar deles, as pessoas atiram neles", disse Hrbek.
Para os pesquisadores, devido a esses motivos, o novo boto deveria ser incluído na lista de espécies em maior risco de extinção.
Os golfinhos de rio, ou botos, estão entre as espécies mais raras do mundo.
Segundo a União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), das quatro espécies de botos já conhecidas, três estão na lista de grande risco de extinção, a chamada Red List.
Os botos são parentes distantes dos golfinhos encontrados nos oceanos. Eles têm bicos mais longos para poder caçar peixes no fundo dos rios, em meio à lama e lodo.
Uma das espécies mais conhecidas é o boto do Yangtze, ou baiji, que teria sido extinto em 2006.
Já o boto-cor-de-rosa do Amazonas é considerado uma das espécies mais inteligentes de todos os botos.

Documentário sobre as toninhas selecionado para concorrer a prêmio no Festival Brasil de Cinema Internacional

07 de abril de 2014

fonte http://projetotoninhas.blogspot.com.br/ 


O documentário “Toninhas: no limite da sobrevivência” está incluído entre os dez filmes indicados para o prêmio “Nosso Planeta” do II Festival Brasil de Cinema Internacional. No total, 463 filmes de 25 países foram inscritos no festival, em diferentes categorias.
A produção do documentário começou em 2011 e foi concluída no final de 2012, com lançamento em São Francisco do Sul. O documentário fez parte das metas do Projeto Toninhas/Univille Fase I. 
Para produzir o videodocumentário, a equipe viajou por várias regiões de ocorrência da toninha, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o norte da Patagônia, na Argentina, entre fevereiro de 2011 e julho de 2012. Foram mais de 200 horas de gravação, cerca de 80 dias de viagem e mais de 90 entrevistas. O extenso material resultou num filme com 61 minutos de duração. O objetivo foi produzir imagens sobre a toninha, as pesquisas que vem sendo desenvolvidas com a espécie, mostrar o ambiente onde o animal vive e as ameaças que atingem diretamente a toninha, além do seu habitat.
O filme foi produzido em português e legendado em espanhol e inglês, o que permitiu sua ampla distribuição. Foram produzidas 10.000 unidades, distribuídas gratuitamente. Trata-se do maior acervo audiovisual produzido sobre a toninha. A produtora Mundo Marinho foi contratada pela Univille para executar o projeto junto com a equipe do Projeto Toninhas. A direção do filme é de Adrian Martino e Marta Cremer.
A participação do documentário no festival é uma excelente oportunidade para divulgar a situação da toninha no Brasil, um dos principais objetivo da produção deste filme. A toninha é um golfinho costeiro desconhecido da maioria da população. As atividades humanas nos últimos trinta anos fizeram com que esta espécie esteja hoje ameaçada de extinção.
O II Festival Brasil de Cinema Internacional ocorrerá no Rio de Janeiro, entre os dias 7 e 12 de abril. Todos os filmes são exibidos gratuitamente no Nucine, da Faculdade Estácio de Sá (Rua do Bispo 83, Rio Comprido) e na Sala de Cinema Humberto Mauro (Cassimiro de Abreu). A programação e mais detalhes podem ser conferidos pelo site www.brasilfestival.com.br.
Golfinho encalhado em Boa Viagem
fonte:

Publicação: 02/04/2014 11:00  Diário de Pernambuco

O animal se debateu nas pedras e acabou quebrando parte superior do bico e ficará aos cuidados do Ibama. Foto: Mhatteus Sampaio/ TV Clube
O animal se debateu nas pedras e acabou quebrando parte superior do bico e ficará aos cuidados do Ibama. Foto: Mhatteus Sampaio/ TV Clube
Um golfinho ficou encalhado, na manhã desta quarta-feira nos arrecifes de Boa Viagem, zona sul do Recife, nas imediações do Edifício Portugal. Equipes do Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMAR) e da Unidade Tática de Mergulho (UTM) chegaram ao local e estabilizaram o macho de 1,7 metros, que teve o focinho quebrado.

O animal, inicialmente confundido com um tubarão, estava preso em um espinhel, espécie de isca utilizada para a captura de tubarões. Agitado, o golfinho se debatia nas pedras e acabou quebrando parte superior do bico. O mamífero ficará aos cuidados do Ibama.
Com informações do repórter Mhatteus Sampaio.

domingo, 12 de janeiro de 2014

2/01/2014 07h33 - Atualizado em 12/01/2014 10h48

Baía no RJ com recorde de golfinhos nas Américas terá visita guiada

fonte  http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/01/baia-no-rj-com-recorde-de-golfinhos-nas-americas-tera-visita-guiada.html

Passeios com pescadores na Baía de Sepetiba começam já em fevereiro.
Ali, boto cinza tem maior concentração do continente, de acordo com ONG.

Gabriel Barreira Do G1 Rio

Mortandade não-natural do animal na Baía de Sepetiba é o dobro do aceitável, segundo ONG (Foto: Gabriel Barreira/G1) 
 FOTOS: Golfinhos nadam em grupo de até 200 em Baía no RJ
Mortandade não natural do animal na Baía de Sepetiba é o dobro do aceitável, segundo ONG (Foto: Gabriel Barreira/G1)
Uma das dez espécies animais mais ameaçadas de extinção do Estado do Rio de Janeirosupera o despejo de dejetos no oceano e a pesca acidental para sobreviver na Baía de Sepetiba, nos mares de Itacuruçá, distrito de Mangaratiba, Costa Verde fluminense. Ali, os botos cinzas, uma espécie de golfinho, formam a maior concentração deste tipo de mamífero das Américas Latina e Central, segundo a ONG Instituto Boto Cinza (IBC), embora a mortandade não natural chegue ao dobro do número aceitável — com cerca de 30 animais por ano. A estimativa é de que, naquelas águas, haja 2 mil golfinhos e de que cheguem a passear, juntos, em grupos de até 200.
O IBC, que, como sugere o nome, protege o animal — mas também outros cestáceos e até aves — é a responsável pelos cálculos e também pelos estudos do simpático mamífero, que empresta o nome a pousadas, restaurantes e mercados do distrito, que vive à base do turismo e da pesca. A partir de fevereiro, os pescadores vão realizar também passeios educacionais com turistas em locais onde os golfinhos nadam em grande número.
ONG Instituto Boto Cinza intermedia relação dos pescadores com o animal em extinção (Foto: Gabriel Barreira/G1) 
  
(Foto: Gabriel Barreira/G1)

ONG IBC intermedia relação dos pescadores com
o animal em extinção
É justamente a rede do pescador, porém, um dos principais inimigos dos botos cinzas. É comum que, acidentalmente, fiquem presos e furem as redes. Quase sempre morrem, e reduzem o trabalho do pescador a zero. A solução encontrada pela ONG foi aproveitar esta mão de obra descontente e capacitá-la. Já que a pesca industrial esmaga o lucro dos autônomos, que os pescadores façam do mar a fonte de renda de casa promovendo passeios educativos.
"O projeto tem base comunitária, para render vantagens econômicas ao pescador. Haverá stands onde os turistas vão comprar tíquetes para passear com barqueiros locais nos lugares onde os golfinhos andam em agregação [grupo com mais de 100 animais]", explica Leonardo Flach, coordenador científico do IBC e do projeto, intitulado Abrace o Boto Cinza. Questões como dia de inauguração e preço dos bilhetes será definida nos próximos dias em reunião com autoridades, pescadores e biólogos.
Baía de Guanabara, o exemplo negativo
O cuidado especial com o golfinho, que é simbolizado no brasão do Estado do Rio de Janeiro, encontra a justificativa no passado. Cartão-postal da cidade, a Baía de Guanabara teve milhões dos cestáceos em seus melhores tempos. Atualmente, não tem mais de 40, segundo o Instituto.
"Se não fizemos nada, se não buscarmos alternativas, será uma questão de tempo: eles sumirão, como aconteceu na Baía de Guanabara", resumiu a bióloga marinha do Instituto, Kátia Silva.
Animais chegam a andar em grupo de 200 golfinhos quando estão em 'agregação' (Foto: Gabriel Barreira/G1)        

(Foto: Gabriel Barreira/G1)
Animais chegam a andar em grupo de 200 golfinhos quando estão em 'agregação' 
'Dizem que a Baía de Guanabara, há uns 100 anos atrás, era como aqui. Mas com a degradação, os golfinhos foram diminuindo', diz Leonardo Flach, coordenador do Instituto (Foto: Gabriel Barreira/G1) 
 (Foto: Gabriel Barreira/G1)

Dizem que a Baía de Guanabara, há uns 100 anos atrás, era como aqui. Mas com a degradação, os golfinhos foram diminuindo', diz Leonardo Flach, coordenador do Instituto

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

MORRE FILHOTE DE JUBARTE NO GUARUJÁ


02/01/2014 
Anna Gabriela Ribeiro Do G1 Santos
152 comentários
Banhistas auxiliaram na remoção da baleia em Guarujá (Foto: Arquivo Pessoal / Andrea Maranho)Banhistas auxiliaram na remoção da baleia em Guarujá (Foto: Arquivo Pessoal / Andrea Maranho)
Um filhote de baleia jubarte foi encontrado morto na areia da praia de Pernambuco, em Guarujá, no litoral de São Paulo, nesta quarta-feira (1). Segundo biólogos, o animal foi vítima de rede de pescadores. Na última sexta-feira (27), o filhote de baleia foi flagrado nadando na praia da Enseada, também em Guarujá.
A baleia, que tem aproximadamente 7 metros, ficou presa em uma rede de pesca, encalhou e morreu. O animal foi encontrado por banhistas na praia de Pernambuco, uma das mais conhecidas da cidade. A baleia permaneceu na praia até a manhã desta quinta-feira (2), pois, como a praia estava lotada de turistas, ela precisou ser rebocada até o Mar Casado e uma empresa de limpeza urbana removeu a baleia. O animal foi atendido pelo Instituto Gremar.
Biólogos afirmam que o filhote encontrado morto seja o mesmo que estava nadando na praia da Enseada, também em Guarujá, na última sexta-feira, por ter as mesmas medidas e se tratar de uma fêmea, como a que foi encontrada anteriormente. "O animal foi avistado com vida atrás da Ilha das Cabras pela equipe do projeto Laje Viva, dias atrás, sozinho. A mãe não foi localizada. Não sabemos se a mãe morreu ou abandonou o filhote", afirma a bióloga Andrea Maranho.
Perigo:
Em entrevista ao G1 no último sábado, o biólogo Guilherme Kodja temia que o animal pudesse morrer. “Esse filhote não pode ficar sozinho, caso contrário ele vai encalhar ou algo vai acontecer. Ele pode morrer. Há seis meses, parece que teve o registro de uma baleia dessa espécie. Estamos tentando checar isso. Se for confirmado, pode ser que mãe e filhote tenham se separado. Vamos correr atrás disso para saber se há essa relação”, encerra.
Filhote de baleia foi encontrado morto em Guarujá, SP (Foto: Arquivo Pessoal / Andrea Maranho)Filhote de baleia foi encontrado morto em Guarujá, SP (Foto: Arquivo Pessoal / Andrea Maranho)
Pescadores foram os primeiros a localizar filhote de baleia em Guarujá (Foto: Arquivo Pessoal / Andrea Maranho)Banhistas foram os primeiros a localizar filhote de baleia (Foto: Arquivo Pessoal / Andrea Maranho)