domingo, 25 de agosto de 2013

Itamaracá

Peixe-boi mais velho de Pernambuco completa 50 anos

Xica, a aniversariante, é a mesma que viveu 

confinada por 22 anos

Publicado em 24/08/2013, às 19h50

Cleide Alves

Do JC Online

O peixe-boi mais velho do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), localizado na Ilha de Itamaracá, ao Norte do Grande Recife, chegou aos 50 anos. Xica, a aniversariante, é aquela que viveu confinada por 22 anos (1970-1992) num tanque na Praça do Derby, área central da capital pernambucana.
Foram 22 anos de sofrimento, diz a bióloga Maria Adélia de Oliveira, representante da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).  O animal morava num recinto raso e pequeno para suas dimensões:  2,45 metros de comprimento e cerca de 300 quilos de peso. Enquanto isso, o tanque  tinha 12 metros de diâmetro e 1,5 metro de profundidade.
Sem espaço para se locomover, Xica, uma fêmea de peixe-boi marinho (Trichechus-manatus), nadava apenas em círculo, no sentido horário, o que lhe custou uma má formação lombar.  Além disso, a água do canal da Avenida Agamenon Magalhães, cheia de esgoto,  se infiltrava no tanque, nos períodos de maré alta, conta Maria Adélia.
“A gente via a água mudar de cor,  quando a maré subia”, diz ela. Periodicamente, a prefeitura secava o recinto para dar banho em Xica, esfregando o corpo com vassouras. Num dos banhos, agitada,  ela feriu as costas na areia acumulada no fundo do tanque. O machucado nunca cicatrizava. Como o lugar era raso, Xica vivia com as costas sempre ao sol.
Para completar, as pessoas chegavam muito perto do animal. “Davam comida e pipoca, tocavam nela, eram condições inadequadas”, lembra Maria Adélia. Por dez anos, a Aspan tentou levar Xica para um cativeiro natural, numa praia da Paraíba. Em 1990, com a inauguração de uma base do Projeto Peixe-Boi  (na época ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiete, o Ibama) em Itamaracá, a entidade iniciou campanha para transferir Xica para a ilha.
A Aspan recorreu ao Ministério Público, que obrigou o Ibama a fazer a transferência.  Em agosto de 1992, com 29 anos de idade, Xica foi levada para o centro, onde permancece há exatos 21 anos. Lá, curou a ferida das costas e teve três filhos, mas nenhum sobreviveu. É a primeira peixe-boi do Brasil a parir em cativeiro. “Xica é uma vencedora”,  resume Adélia.
A peixe-boi foi capturada num curral de pesca da Praia de Ponta de Pedras, em Goiana, Litoral Norte de Pernambuco, em 1963, ainda filhote. Passou sete anos num tanque, numa fazenda da mesma praia, até ser doada à Prefeitura do Recife e levada para a Praça do Derby.
O aniversário de Xica será comemorado até o fim de 2013, no CMA. Cartazes nos ônibus e nas escolas convidam a população para celebrar a data. O museu do centro preparou exposição com fotos de Xica, maquete do antigo cativeiro na Praça do Derby e painéis contando a história de vida do mamífero. Filme e palestra completam a programação.
O CMA (antigo Projeto Peixe-Boi e hoje vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conserrvação da Biodiversidade, o ICMBio)  abre para visitações todos os dias, das 9h às 16h. O ingresso custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Escolas públicas não pagam e visitas em grupo devem ser agendadas. O telefone do centro é 3544-1056.

sábado, 3 de agosto de 2013

Para os navegadores da Antiguidade, a anatomia do peixe-boi, com sua cauda, lembrava a figura mitológica das sereias. Ou talvez sejam eles a origem desta lenda. Seja como for, a nomenclatura da ordem a que este animal pertence foi denominada no latim científico Sirenia (sereia) e os próprios peixes-bois, sirênios.

Os peixes-boi, apesar do nome, não são peixes, mas sim, mamíferos aquáticos. Também conhecidos como vacas-marinhas ou manatis, estes animais guardam um ancestral comum próximo aos elefantes. Talvez isto explique porque estes mamíferos da família Trichechidae podem chegar a medir até 4 metros de comprimento e pesar 800 kg.

Além do peixe-boi-marinho, Trichechus manatus, amplamente distribuído nas Américas, inclusive no Brasil, são conhecidas duas espécies e duas subespécies de peixe-boi: o peixe-boi-africano (Trichechus senegalensis), natural das águas doces e costeiras do oeste da África; peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis), animal fluvial que vive nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco; as subespécies Trichechus manatus manatus, nas Antilhas e Trichechus manatus latirostris, na Flórida. Eles geralmente habitam águas costeiras e estuarinas quentes e rasas, bem como pântanos.

Mesmo com um corpo robusto, maciço, sua cauda achatada lhes permite nadar numa velocidade de 5 a 8 km/h (1,4 a 2,2 m/s) e realizar manobras com incrível fluidez. A coloração do corpo varia entre acinzentada e marrom-acinzentado e seu couro é áspero. Seus pequenos olhos são capazes de reconhecer cores e a audição se dá através de dois pequenos orifícios localizados um pouco atrás dos olhos. Outra característica do peixe-boi é a habilidade de emitir pequenos gritos ou cantos, chamados vocalizações. Uma variada gama de sons permite comunicação entre as fêmeas e os machos durante o contato sexual, mas também entre os adultos durante jogos e comportamentos habituais, e entre adultos e prole.

É um animal com uma taxa reprodutiva muito baixa. O período de gestação das fêmeas dura 13 meses, após os quais a mãe amamenta o filhote durante um período de 1 a 2 anos. Ela tem apenas um filhote a cada 4 anos, uma vez que só voltará ao período reprodutivo um ano após o desmamar. Esta, junto com a época do acasalamento, é das poucas ocasiões em que verá grupos ou pares, são animais de hábitos solitários, raramente vistos em grupo.

Herbívoros, os sirênios precisam ingerir grandes quantidades de alimento, comendo de 8 a 13% do seu peso corporal por dia, atividade que ocupa de 6 a 8 horas diárias. Sua dieta consiste de algas, aguapés, capins aquáticos entre outras vegetações aquáticas. São animais muito mansos e, por este motivo, são facilmente caçados e se encontram em risco de extinção.

Embora os peixes-boi possuam poucos predadores naturais (tubarões, crocodilos, orcas e jacarés), todas as três espécies de peixe-boi (Trichechus manatus, Trichechus senegalensis e Trichechus inunguis) estão listadas pela IUCN como vulneráveis à extinção. Caça, capturas acidentais, perda do hábitat, desmatamento, trânsito de embarcações e o assoreamento dos estuários onde as fêmeas dão à luz os filhotes também são ameaças à sua sobrevivência.

Em todos os países com populações existentes foram nstituídas leis protetora com algum esforço para a conservação através de agências governamentais e / ou organizações não-governamentais. Em alguns países, os esforços têm aumentado significativamente na última década. As duas espécies de peixe-boi brasileiras, o Trichechus manatus, peixe-boi-marinho que se encontra criticamente ameaçado de extinção pelo ICMBio, e o Trichechus inunguis, peixe-boi-da-amazônia considerado como vulnerável à extinção pelo mesmo órgão, são alvo de três planos de conservação: PAN Sirênios, PAN Xingu e PAN Manguezais.

5 de julho de 2013

Fonte : Projeto Toninhas -Baia de Babitonga

Animação Toninhas!


Toninhas! Esse é o nome da animação escrita, produzida e dirigida por Douglas Etges e Marcelo da Silva, do Estúdio Pé de Nuvem, com o apoio do Projeto Toninhas. A animação foi produzida em 2012 como parte do Projeto de Conclusão de Curso de Design de Animação Digital da UNIVILLE. O filme expõe, através de infográficos animados, informações a respeito da espécie, de suas principais ameaças e estratégias de conservação.

A toninha é o golfinho mais ameaçado do Atlântico Sul. Em toda a sua distribuição, a principal ameaça está diretamente relacionada com a captura acidental em redes de emalhe, que causa a morte de centenas de toninhas por ano.


A animação “Toninhas” está disponível nas redes sociais, youtube e facebook do Projeto Toninhas. A versão original é em português, mas tem versões legendadas em espanhol e em inglês. A versão em inglês teve a colaboração de Eduardo Secchi e a versão em espanhol de Silvina Botta. 


Ajudem a divulgar!



YouTube

- Versão Legendada em Espanhol: http://www.youtube.com/watch?v=LG1IfjkOmJU
- Versão Legendada em Inglês: http://www.youtube.com/watch?v=J8geH_cA7EA