sábado, 25 de fevereiro de 2017

ONU lança campanha para reduzir plástico nos oceanos



Segundo a entidade, plástico representa 80% do lixo nos oceanos e causa prejuízos no valor de US$ 8 bilhões nos ecossistemas marinhos.

fonte:

http://g1.globo.com/natureza/noticia/onu-lanca-campanha-para-reduzir-plastico-nos-oceanos.ghtml





Projeto Baleias e Golfinhos

20/02/2017


fonte :  https://www.sosma.org.br/blog/projeto-baleias-golfinhos-rio-de-janeiro-percorreu-1-400-km/



Os cetáceos (baleias, botos e golfinhos) são mamíferos aquáticos que habitam águas fluviais, costeiras e oceânicas ao redor do globo. Devido à sua plasticidade comportamental, longa expectativa de vida e grandes áreas que podem ocupar, a ocorrência e a distribuição dos cetáceos são um desafio para os pesquisadores. Em geral, o conhecimento dessas informações requer tempo e despesas financeiras para a coleta de dados.
Parceria da Fundação SOS Mata Atlântica e do Programa Marinho do WWF-Brasil com o Instituto Mar Adentro, as saídas de campo do Projeto Baleias & Golfinhos do Rio de Janeiro tiveram como objetivos monitorar a ocorrência de golfinhos-flíper no Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras (MONA Cagarras) e levantar e analisar registros de outras espécies de cetáceos dentro e fora dos limites do MONA Cagarras. O projeto já realizou 25 saídas de campo com cerca de 1.400 km percorridos.
Entre julho e dezembro de 2016 foram feitas avistagens de baleias-jubarte, baleias-de-bryde, golfinhos-flíper e golfinhos-de-dentes-rugosos.
Golfinhos-de-dentes-rugosos. Foto: Liliane Lodi
Golfinhos-de-dentes-rugosos. Foto: Liliane Lodi
Baleias e golfinhos possuem marcas naturais na nadadeira dorsal que podem ser comparadas com “impressões digitais”. Dessa forma é possível fazer o reconhecimento de diferentes animais e montar um catálogo de indivíduos identificados.  
Esta técnica não invasiva tem sido amplamente utilizada na pesquisa com cetáceos, uma vez que o animal não precisa ser fisicamente capturado ou marcado. Nos últimos 45 anos, este método tem sido utilizado para estudar inúmeras populações de cetáceos no mundo inteiro. Algumas populações têm sido estudadas continuamente ao longo deste período de tempo e tem-se hoje um conhecimento mais profundo dos animais destas populações.
Nenhuma correspondência foi feita entre as baleias-jubarte identificados no Rio de Janeiro e as que compõem o catálogo do Instituto Baleia Jubarte. Neste caso em especial, os indivíduos são identificados com base em seis diferentes padrões de coloração branco e preto da parte inferior da nadadeira caudal. Pesquisas tem revelado uma estimativa populacional de 17.000 baleias-jubarte o Brasil, que em 2014 deixou de fazer parte da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção publicada em 2014. Portanto, colaborações entre instituições como esta são importantes para o reconhecimento de novos indivíduos.
Baleia-jubarte. Foto: Liliane Lodi.
Baleia-jubarte. Foto: Liliane Lodi.
Um total de 13 novos golfinho-de-dentes-rugosos foram identificados subindo para 75 o número indivíduos catalogados desde 2011. Os dados obtidos a partir da foto-identificação estão permitindo a obtenção de informações inéditas sobre as áreas vitais e uso do hábitat da espécie, ainda mal conhecida em âmbito mundial, em águas costeiras do Rio de Janeiro.
Com relação aos golfinhos-flíper, cinco indivíduos previamente identificados foram reavistados. Um deles não era visto a 10 anos! A possível reocupação sazonal dos golfinhos-flíper após cinco anos de ausência no MoNa Cagarras é um momento delicado que exige especial cautela. Chama a atenção a observação de filhotes em apenas duas ocasiões em comparação com estudos passados, de 2004 a 2010, que consideravam o arquipélago como área de cria de filhotes.
A longo prazo os dados obtidos a partir da foto-identificação, em conjunto com outros dados recolhidos, fornecem informações sobre a história de vida do indivíduo, intervalo entre nascimento de crias e a longevidade, tamanho da população, o grau de associação entre indivíduos e áreas vitais dos animais.  Catálogos de indivíduos identificados tem sido construídos e atualizados, de modo a poderem ser comparados com os catálogos de outros grupos de investigação para obtenção de dados de movimentos e uso de habitat. Por isto a importância da continuidade dos estudos e o monitoramento de cetáceos de uma determinada área.
Se você tem fotos e/ou vídeos de baleias, botos e golfinhos em águas costeiras do Rio de Janeiro poste no grupo “Onde estão as Baleias e os Golfinhos?” do Facebook (www.facebook.com/groups/baleiasgolfinhos.rj), informando a data, local, hora e número de animais avistados. As imagens são importantes para a positiva identificação das espécies e podem fornecer dados científicos valiosos.
Liliane Lodi-001Por Liliane Lodi
Pesquisadora do
Projeto Baleias & Golfinhos
do Rio de Janeiro