domingo, 29 de dezembro de 2013

Boto da Amazônia encanta, mas se torna isca para pescaria ilegal

HAROLDO CASTRO, DE MANAUS (TEXTO E FOTOS)
20/12/2013 18h54 - Atualizado em 21/12/2013 10h48
O boto-vermelho – também chamado de cor-de-rosa por aqueles que não vivem na Amazônia – possui grande destreza de movimentos e sua nadadeira peitoral (à mostra) demostra ampla flexibilidade (Foto: Haroldo Castro/ Época)


As histórias do boto povoam o imaginário dos ribeirinhos amazonenses. Quase todo pescador tem raiva – e, algumas vezes, medo – do animal. Esperto e rápido, o boto consegue ludibriar os ribeirinhos e logra roubar seus peixes, furando e destroçando redes de pesca. O mito do boto que se transforma em um jovem sedutor, vestido de branco, piora sua fama. A moça desprevenida que engravida acaba culpando o animal, o que deixa os homens ainda mais furiosos e ameaçados pelo boto vermelho, como ele é chamado na Amazônia.
Por outro lado, para o resto do mundo, o boto-cor-de-rosa (tradução do nome inglês pink river dolphin) é um mamífero aquático dos mais carismáticos, tão querido como baleias e os golfinhos do mar. Sua inteligência e seu elaborado sistema de ecolocalização encantam biólogos e sua velocidade e flexibilidade fascinam aqueles que conseguem vislumbrá-lo nas águas vermelhas e transparentes do rio Negro.

O boto pode chegar a 2,5 metros de comprimento e a pesar 180 quilos. Seu peito é, de fato, cor-de-rosa; mas dentro da água cor-de-conhaque do rio Negro ele pode parecer avermelhado (Foto: Haroldo Castro/ Época)

Um boto passa por baixo de um flutuante, cortando as águas escuras e cristalinas do rio Nego (Foto: Haroldo Castro/ Época)

Entre amor e ódio, se o boto (cor-de-rosa ou vermelho) continua dando sustos nos pescadores, ele também vem apaixonando cada vez mais os visitantes. Há cerca de duas décadas, Dona Marilda, do vilarejo Novo Airão, começou a promover a observação dos botos em um flutuante às margens do rio Negro. Muitas outras iniciativas se seguiram, inclusive a de hotéis.
Márcia Ferreira Mesquita, de 39 anos, nasceu e se criou nas redondezas da comunidade São Thomé, parte do município de Iranduba, AM. Quando Márcia era menina, o local ficava a um dia de canoa de Manaus; hoje o percurso leva apenas 30 minutos com uma voadeira. A pescadora conta que sua história com os botos começou há 10 anos, ao montar uma barraca na praia para vender bebidas e petiscos para eventuais visitantes.
Quando limpava os peixes no local (chamado hoje de Praia Amigo do Boto), ela jogava o resto na água e os botos vinham comer. Em 2007, apareceu um boto pequeno que tinha um arame enrolado no bico. “Deve ter sido maldade de algum pescador raivoso”, diz Márcia. Com a ajuda da AMPA (Associação Amigos do Peixe-Boi), o boto foi cuidado e o animal passou a visitar Dona Márcia com frequência. “Meteco foi o primeiro boto a brincar com meus filhos. Todos os botos gostam muito de brincar com bola, galho ou pedaço de pau”, afirma.
No ano seguinte, Márcia e seu marido David Coelho de Souza, com a ajuda de seus sete filhos, montaram um flutuante que fica a 50 metros da praia. Hoje, recebem visitantes de todos quadrantes, fascinados com a possibilidade de ver botos bem de perto. Márcia cobra apenas 20 reais pela experiência singular. “As pessoas podem entrar na água, sempre com salva-vidas, mas peço para que não toquem nos botos”, diz. Na verdade, quem chega perto é mesmo o boto. Curioso e brincalhão, ele roça e encosta nos banhistas, dá pequenos empurrões ou puxa o salva-vidas.

O autor brinca com uma bola com Meteco, o mais folgazão dos botos de São Thomé. Meteco acabou levando bola para as profundezas do rio Negro.  (Foto: Haroldo Castro/ Época)

Márcia segue as instruções normativas e, quando chega ao flutuante, oferece alguns peixes aos botos. “Sempre damos espécies que eles estão acostumados a comer, como o jaraqui. E deixamos eles com fome para que eles continuem caçando”, afirma. “Os visitantes não podem alimentar os botos, pois é preciso conhecer o comportamento e os movimentos dos animais.”

Márcia Ferreira Mesquita, a cuidadora dos botos da Praia Amigo do Boto, em São Thomé, oferece um jaraqui a um dos animais (Foto: Haroldo Castro/ Época)
Márcio, filho de 4 anos de Márcia e Daniel, nada embaixo d´água como se fosse um boto (Foto: Haroldo Castro/ Época)

“Os botos transformaram a vida de nossa família. Se antes David e eu tínhamos raiva por que eles rasgavam nossas redes, hoje nós nos dedicamos totalmente a eles. Queremos sua proteção”, diz Márcia. O casal pensa investir em um flutuante maior, com a comodidade de um banheiro, onde os visitantes poderão trocar de roupa para entrar na água. Pensam também organizar um pequeno museu-escola na comunidade. “Hoje considero o boto como meu patrão, é ele que dá meu sustento.”
Infelizmente, nem todos pescadores pensam como Márcia e Daniel e a situação dos botos tem se deteriorado bastante na última década, período durante o qual a população diminuiu em 10%, segundo pesquisadores da AMPA. A razão não é o contato dos botos com os turistas – este, sim, tem ajudado a criar uma maior conscientização ambiental – mas um crime simplesmente imbecil. O boto Inia geoffrensis é protegido por lei, mas ele é capturado ilegalmente com arpões e redes, assassinado de forma brutal com golpes na cabeça e seu corpo é fatiado para servir como isca na pesca de um bagre carniceiro, a piracatinga (do tupi guarani, pirá + catinga, peixe fedido).
A piracatinga era antes comercializada somente na Amazônia, mas hoje está sendo vendida em supermercados de diversas capitais brasileiras sob o nome ingênuo de “douradinha”. Antes de comprar um filé de “peixe fedido”, saiba que a “douradinha” pode ter provocado a morte de um boto!

sábado, 7 de dezembro de 2013

22/10/2013 - 02h57

Projeto usa botos do rio Negro (AM) para reabilitar crianças com deficiências

fonte Folha de São Paulo
JULIANA VINES
ENVIADA ESPECIAL A IRANDUBA (AM)


Leonardo Cavalcante, 15, nada tão bem que poderia ser chamado de menino-boto. Há oito anos, quando começou a fazer terapia com botos-cor-de-rosa, no rio Negro, em Iranduba (25 km de Manaus), ele mal andava. "Não tinha equilíbrio, só caía", diz.
Leonardo nasceu sem os braços e com uma diferença de altura entre as pernas. Ele foi um dos primeiros pacientes de boto-terapia do fisioterapeuta Igor Simões Andrade, 37, que adaptou para a realidade amazônica uma técnica de tratamento já existente no exterior, feita com golfinhos em cativeiro.
"No primeiro dia tive medo de tudo", lembra o menino, que aprendeu a nadar imitando o movimento dos animais. "Vejo como eles fazem e vou atrás. Hoje peguei carona com um, nadei ao lado e depois fiquei em cima dele", conta.

Renzo Gostoli/Divulgação
O fisioterapeuta Igor Simões Andrade com Wendel Albuquerque, 3, em sessão de boto-terapia no rio Negro (AM)
O fisioterapeuta Igor Simões Andrade com Wendel Albuquerque, 3, em sessão de boto-terapia no rio Negro (AM)
Desde o início do projeto, aprovado há quatro anos pelo Ibama, Andrade contabiliza cerca de 600 atendimentos, quase todos feitos de graça em crianças com deficiências motoras, síndrome de Down ou doenças do sangue, como anemia falciforme, encaminhadas por instituições parceiras do terapeuta.
A atividade, que antes era feita uma vez por mês com o apoio de um hotel da região, vai ser ampliada agora graças a uma parceria com a Ampa (Associação Amigos do Peixe-Boi). O objetivo é atender 70 crianças por ano. Hoje há fila de espera.
"Meu sonho é fazer uma sessão por semana", diz Andrade. A cada encontro, ele leva a um flutuador no meio do rio um grupo de quatro ou cinco crianças. Antes de cair na água, elas são atendidas individualmente pelo fisioterapeuta, que é especialista em rolfing, técnica de terapia corporal surgida nos EUA (mais informações no site bototerapia.com).
Depois, as crianças ficam na água de 20 a 30 minutos, quando tocam o animal e fazem exercícios inspirados no rolfing. "Imitamos movimentos do boto, trabalhamos a força nas pernas, capacidade respiratória, flexibilidade."
Mineiro radicado em Manaus desde 2005, Andrade conquistou a amizade de um grupo de botos brincando com bolinhas. "A empatia foi instantânea, mas me preparei por quase um ano antes de trazer as crianças."
Hoje são cerca de 20 animais, que ficam livres e são atraídos pelas bolinhas na hora da sessão. Alguns têm até nome, como Moleque e Menteco.
O paciente-modelo, Leonardo, vai a todas as sessões e ajuda a monitorar novos adeptos, como Ezequiel Ruiz da Silva, 6, que está no quarto encontro. A avó, Maria Auxiliadora de Oliveira Ruiz, 53, já vê resultados. "Ele era muito inquieto, tem problemas na coordenação motora. Agora está mais centrado, até a professora elogiou."
BICHO-TERAPEUTA
A terapia assistida por animais não é novidade. As técnicas mais conhecidas usam cães ou cavalos, mas há também terapia com pássaros, coelhos, roedores, gatos.
Em geral, o animal serve como ponte entre o paciente e o terapeuta, quebrando o gelo e fortalecendo o vínculo, diz Ceres Faraco, veterinária e doutora em psicologia.
"Ele serve como motivação para o tratamento. Pode ser usado para tratar pessoas com transtornos psiquiátricos, motores e doenças degenerativas."
Segundo o fisiatra Daniel Rubio, da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, apesar dos bons resultados, ainda falta comprovação científica para os resultados das terapias com bichos. Mais ainda para a que usa golfinhos ou botos.

Renzo Gostoli/Divulgação
Leonardo Cavalcante, 15, antes da sessão de boto-terapia
Leonardo Cavalcante, 15, antes da sessão de boto-terapia
"Sem dúvida há uma riqueza de estímulos, principalmente em associação ao meio aquático. Mas não há garantias de seus benefícios."
Faraco faz ressalvas quanto à segurança do tratamento. "Não são animais previsíveis como cães. Eles podem interagir de forma violenta. Há risco de passar ou pegar uma infecção do animal."
Segundo Andrade, não há casos de infecções entre crianças do projeto. Vera Silva, pesquisadora do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e conselheira da Ampa, diz que as crianças não têm doenças que possam transmitir aos botos. "A convivência com eles é prazerosa, tudo contribui para melhorar a motivação dos pacientes."
A jornalista viajou a convite do Oi Futuro

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Reabilitação de um filhote de toninha (Pontoporia blainvillei)


IMBÉ, RIO GRANDE DO SUL ESTATE, BRAZIL. – NOVEMBER 07:
 Group of students and technicians takes care of the calf of Fransciscana or La Plata River Dolfin (Pontoporia blainvillei) in Imbé.
The calf was found on the beach and taken by locals for Center for Marine  Wildlife Rehabilitation 
( in Portuguese Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e Marinhos – CERAM ) biologist contact: Maurício Tavares - mauricio.gemars@gmail.com


The main problem facing the species is incidental mortality in gillnet fisheries (there is no indication of direct exploitation of Franciscanas), which has been observed since at least the early 1940s (Van Erp 1969). In the 1960s, the bycatch in Uruguay alone was as high as 1,500–2,000 animals (Brownell and Ness 1969, Pilleri 1971). Current estimates total at least 2,900 animals per year in all four management stocks, combined (e.g., Ott et al. 2002, Secchi et al. 2003b)
Franciscanas inhabit shallow coastal waters (and they sporadically enter the estuary of the La Plata River) of tropical and temperate regions of the western South Atlantic Ocean (Crespo 2002). They are found only along the east coast of South America (Brazil, Uruguay, and Argentina), from the northern Golfo San Matias, central Argentina (ca. 42°10'S), to Espirito Santo, southeastern Brazil (18°25'S) (Siciliano 1994; Crespo et al. 1998).
Photo: Rodrigo Baleia

domingo, 22 de setembro de 2013

Baleias encalham no litoral do RN; seis morrem



Baleias encalham no litoral do RN; seis morrem

Animais são da espécie piloto e encalharam em Areia Branca, litoral Norte.
Biólogos ainda não sabem o que ocasionou a morte dos mamíferos.

Do G1 RN

Baleias encalharam na praia de Upanema neste domingo (22) (Foto: Divulgação/PM)Baleias encalharam na praia de Upanema neste domingo (22) (Foto: Divulgação/PM)
Cerca de 30 baleias-piloto encalharam na praia de Upanema, em Areia Branca, na manhã deste domingo (22). A maioria dos animais foi recolocada no mar pela população local, mas seis delas já morreram, de acordo com a Polícia Militar. Biólogos consultados pelo G1 ainda não sabem informar o que ocasionou o encalhe dos animais. Areia Branca fica na Costa Branca do Rio Grande do Norte, distante 327 quilômetros de Natal.

De acordo com o tenente João Almeida, do Pelotão Ambiental da Policia Militar de Mossoró, os policiais foram avisados do encalhe por volta das 5h. "De imediato acionamos a equipe do pelotão ambiental e ainda o projeto Cetáceos, mantido pela Petrobras e pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). Eles coordenaram a população na tentativa de resgatar os animais, reinserindo-os ao mar", falou o oficial.

O policial informou que não há mais baleias vivas encalhadas na praia. No entanto, algumas baleias que foram colocadas de volta ao mar continuam próximas à orla e podem encalhar novamente. Por isso, uma embarcação da Marinha do Brasil está no local para tentar assustar essas baleias vivas para que retornem ao fundo. Mesmo com o salvamento da maioria das baleias, seis delas morreram - inclusive um filhote, segundo a PM. Os animais mortos serão levados para estudo na universidade.
De acordo com biólogos, a baleia piloto não é costeira. Esses animais chegam a medir até 8,5 metros de comprimento, de coloração negra, cabeça em forma de globo sem bico definido e dentes presentes.
Filhote de baleia morreu ao lado da mãe na praia de Upanema (Foto: Divulgação/PM)Filhote de baleia morreu ao lado da mãe na praia de Upanema (Foto: Divulgação/PM)
 

domingo, 8 de setembro de 2013

Eduardo Galeano aponta quatro mentiras sobre a crise ambiental

1 de agosto de 2013

O escritor uruguaio Eduardo Galeano desnuda quatro frases que são comumente utilizada pelas forças dominantes para mascaras as reais causas da crise ambiental que vivemos:

Quatro frases que aumentam o nariz do Pinóquio
1 – Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. “Somos todos responsáveis”, clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. 
É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade. Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao “sacrifício de todos” nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre.
Estas cataratas de palavras – inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio – não se desencadeiam gratuitamente.
A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam.
Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20% da humanidade comete 80% das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. 
A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, “faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades. ” Uma experiência impossível.
Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime.
Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.
2 – É verde aquilo que se pinta de verde.
Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos.
“Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas”, esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.
Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: “os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro.” 
O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial.
Este imposto à má consciência vai dispor de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. 
Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente.
O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington.
Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete.
A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.
3 – Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.
Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas… As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco 92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. 
E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.
No grande baile de máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos.
Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem.
Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.
A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles.
Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.
Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. 
Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.
4 – A natureza está fora de nós.
Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as ordens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: “Honrarás a natureza, da qual tu és parte.” Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. 
A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo. Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. 
A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância.
Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. 
A natureza, que era eterna, nos devia escravidão. Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza.
Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. 
A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.
 
gandarela

Veja as 15 propostas de criação de Unidades de Conservação fonte: ((o))eco - 06/09/13



NOME UF CATEGORIA ÁREA PROVÁVEL CRIAÇÃO/ AMPLIAÇÃO BIOMA OBJETIVO
MÉDIO JURUÁ AM RESEX 35.924 AMPLIAÇÃO AMAZÔNIA Incorporar áreas de uso e moradia de extrativista que ficaram forma do perímetro quando da criação da RESEX.
TAUÁ-MIRIM MA RESEX 15.329 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela pontuação extrativista da comunidade do Taim, residente na área de abrangência da Reservas e demais populações habitantes de áreas contíguas.
NASCENTES
GERAIZEIRAS
MG RDS 38.177 CRIAÇÃO CERRADO Proteger mais de 200 nascentes de córregos que abastecem a região; proteger as áreas de extrativismo utilizadas pelas comunidades beneficiárias; garantir acesso ao território tradicional pela população geraizeira local; incentivar a realização de estudos voltados para a conservação e uso sustentável do Cerrado e promover a conservação da biodiversidade.
ILHAS DE SIRINHAÉM PE RESEX 2.649 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista (pescadores artesanais) das comunidades de Ipojuca e Sirinhaém e demais comunidades incidentes na área de sua abrangência.
LAGO DO CUNIÃ RO RESEX 55.850 AMPLIAÇÃO AMAZÔNIA Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis manejados pelas comunidades tradicionais que utilizam essa unidade de conservação.
CABO DE SANTA
MARTA GRANDE
SC RESEX 60.036 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista da comunidade do Cabo de Santa Marta e a conservação da baleia franca austral Eubalaena australis.
LITORAL SUL
DE SERGIPE
SE RESEX 19.000 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger áreas naturais de uso das comunidades tradicionais extrativistas (catadoras de mangaba, pescadores, entre outros), garantindo o acesso aos recursos e uso sustentável do território, bem como áreas consideradas relevantes para a conservação e sustentabilidade dos recursos naturais utilizados, abrangendo estuários, manguezais, áreas de restinga e nascentes.
IBIRAQUERA/
ENCANTADA
SC RESEX 19.195 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela pontuação extrativista de pesca artesanal de comunidades dos municípios de Imbituba e Garopaba, residente na área de abrangência da Reserva.
BAIXO RIO BRANCO
JUAPERI
AM/RR RESEX 581.000 CRIAÇÃO   Proteger a bacia hidrográfica do rio Jauaperi e Baixo rio Branco, garantir o território e o uso sustentável dos recursos naturais pelas populações ribeirinhas e extrativistas locais, bem como promover o ordenamento da atividade pesqueira na região.
GUARICANA PR PARNA 40.739 CRIAÇÃO MATA
ATLÂNTICA
O parque nacional se destina à preservação de importante porção do bioma mata atlântica com a formação vegetal Floresta Ombrófila Densa e Mista e proteção de mananciais hídricos.
ALCATRAZES SP PARNA 15.819 CRIAÇÃO MARINHO Preservar os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica e possibilitar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
SERRA DO
GANDARELA
MG PARNA 27.627 CRIAÇÃO   Garantir a conservação do relevante patrimônio ambiental, espeleológico, hidrológico e biológico associado ao Geossistema Canga-Itabirito, que tem na área do PNSG os mais significativos remanescentes desta formação no Quadrilátero Ferrífero.
BOQUEIRÃO DA
ONÇA
BA PARNA 319.850 CRIAÇÃO CAATINGA Proteção de importantes remanescentes de Caatinga de excepcional qualidade ambiental, onde ocorrem grandes predadores de topo de cadeia alimentar, como as onças-pardas e onças-pintadas e muitas espécies da flora e fauna endêmicas e ameaçadas de extinção, assim como proteger um significativo conjunto de cavernas, dentre elas as duas maiores do Brasil, a Toca da Boa Vista e a Toca da Barriguda, além de promover a proteção de nascentes e áreas de recarga hídrica.
CHAPADA DOS
VEADEIROS
GO PARNA 80.000 AMPLIAÇÃO CERRADO Proteger áreas de cerrado, notadamente áreas de altitude elevada, campos limpos e campos úmidos.
Atender demanda do Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO e estabelecer um status de proteção legal compatível com o existente na época da inscrição do sítio.
ALTO MAUÉS AM ESEC 663.517 CRIAÇÃO AMAZÔNIA Proteger as diversas fisionomias vegetais existentes na região, conservar porções das áreas de ocorrência e endemismo de diferentes espécies de primatas, propiciar a existência de populações viáveis de grandes felinos, abrigar espécies de aves residentes e migrantes e complementar o corredor ecológico entre as Florestas Nacionais Amanã e Pau Rosa e o Parque Nacional da Amazônia.
MARINHO DOS
ABROLHOS
BA PARNA 890.000 AMPLIAÇÃO MARINHO Aumentar representatividade de amostras de ecossistema marinho excepcionalmente rico em recifes, algas e ictiofauna e proteger espécies ameaçadas de extinção, principalmente as tartarugas marinhas, baleias-jubarte, coral cérebro, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos.
PANTANAL
MATOGROSSENSE
MT PARNA 60.000 AMPLIAÇÃO PANTANAL Incorporar a região da serra do amolar e adjacências, ampliando a representatividade da unidade de conservação.
TOTAL DE ÁREA PROPOSTA PARA AMPLIAÇÃO 2.924.712

domingo, 25 de agosto de 2013

Itamaracá

Peixe-boi mais velho de Pernambuco completa 50 anos

Xica, a aniversariante, é a mesma que viveu 

confinada por 22 anos

Publicado em 24/08/2013, às 19h50

Cleide Alves

Do JC Online

O peixe-boi mais velho do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio), localizado na Ilha de Itamaracá, ao Norte do Grande Recife, chegou aos 50 anos. Xica, a aniversariante, é aquela que viveu confinada por 22 anos (1970-1992) num tanque na Praça do Derby, área central da capital pernambucana.
Foram 22 anos de sofrimento, diz a bióloga Maria Adélia de Oliveira, representante da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan).  O animal morava num recinto raso e pequeno para suas dimensões:  2,45 metros de comprimento e cerca de 300 quilos de peso. Enquanto isso, o tanque  tinha 12 metros de diâmetro e 1,5 metro de profundidade.
Sem espaço para se locomover, Xica, uma fêmea de peixe-boi marinho (Trichechus-manatus), nadava apenas em círculo, no sentido horário, o que lhe custou uma má formação lombar.  Além disso, a água do canal da Avenida Agamenon Magalhães, cheia de esgoto,  se infiltrava no tanque, nos períodos de maré alta, conta Maria Adélia.
“A gente via a água mudar de cor,  quando a maré subia”, diz ela. Periodicamente, a prefeitura secava o recinto para dar banho em Xica, esfregando o corpo com vassouras. Num dos banhos, agitada,  ela feriu as costas na areia acumulada no fundo do tanque. O machucado nunca cicatrizava. Como o lugar era raso, Xica vivia com as costas sempre ao sol.
Para completar, as pessoas chegavam muito perto do animal. “Davam comida e pipoca, tocavam nela, eram condições inadequadas”, lembra Maria Adélia. Por dez anos, a Aspan tentou levar Xica para um cativeiro natural, numa praia da Paraíba. Em 1990, com a inauguração de uma base do Projeto Peixe-Boi  (na época ligado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiete, o Ibama) em Itamaracá, a entidade iniciou campanha para transferir Xica para a ilha.
A Aspan recorreu ao Ministério Público, que obrigou o Ibama a fazer a transferência.  Em agosto de 1992, com 29 anos de idade, Xica foi levada para o centro, onde permancece há exatos 21 anos. Lá, curou a ferida das costas e teve três filhos, mas nenhum sobreviveu. É a primeira peixe-boi do Brasil a parir em cativeiro. “Xica é uma vencedora”,  resume Adélia.
A peixe-boi foi capturada num curral de pesca da Praia de Ponta de Pedras, em Goiana, Litoral Norte de Pernambuco, em 1963, ainda filhote. Passou sete anos num tanque, numa fazenda da mesma praia, até ser doada à Prefeitura do Recife e levada para a Praça do Derby.
O aniversário de Xica será comemorado até o fim de 2013, no CMA. Cartazes nos ônibus e nas escolas convidam a população para celebrar a data. O museu do centro preparou exposição com fotos de Xica, maquete do antigo cativeiro na Praça do Derby e painéis contando a história de vida do mamífero. Filme e palestra completam a programação.
O CMA (antigo Projeto Peixe-Boi e hoje vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conserrvação da Biodiversidade, o ICMBio)  abre para visitações todos os dias, das 9h às 16h. O ingresso custa R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Escolas públicas não pagam e visitas em grupo devem ser agendadas. O telefone do centro é 3544-1056.

sábado, 3 de agosto de 2013

Para os navegadores da Antiguidade, a anatomia do peixe-boi, com sua cauda, lembrava a figura mitológica das sereias. Ou talvez sejam eles a origem desta lenda. Seja como for, a nomenclatura da ordem a que este animal pertence foi denominada no latim científico Sirenia (sereia) e os próprios peixes-bois, sirênios.

Os peixes-boi, apesar do nome, não são peixes, mas sim, mamíferos aquáticos. Também conhecidos como vacas-marinhas ou manatis, estes animais guardam um ancestral comum próximo aos elefantes. Talvez isto explique porque estes mamíferos da família Trichechidae podem chegar a medir até 4 metros de comprimento e pesar 800 kg.

Além do peixe-boi-marinho, Trichechus manatus, amplamente distribuído nas Américas, inclusive no Brasil, são conhecidas duas espécies e duas subespécies de peixe-boi: o peixe-boi-africano (Trichechus senegalensis), natural das águas doces e costeiras do oeste da África; peixe-boi-da-amazônia (Trichechus inunguis), animal fluvial que vive nas bacias dos rios Amazonas e Orinoco; as subespécies Trichechus manatus manatus, nas Antilhas e Trichechus manatus latirostris, na Flórida. Eles geralmente habitam águas costeiras e estuarinas quentes e rasas, bem como pântanos.

Mesmo com um corpo robusto, maciço, sua cauda achatada lhes permite nadar numa velocidade de 5 a 8 km/h (1,4 a 2,2 m/s) e realizar manobras com incrível fluidez. A coloração do corpo varia entre acinzentada e marrom-acinzentado e seu couro é áspero. Seus pequenos olhos são capazes de reconhecer cores e a audição se dá através de dois pequenos orifícios localizados um pouco atrás dos olhos. Outra característica do peixe-boi é a habilidade de emitir pequenos gritos ou cantos, chamados vocalizações. Uma variada gama de sons permite comunicação entre as fêmeas e os machos durante o contato sexual, mas também entre os adultos durante jogos e comportamentos habituais, e entre adultos e prole.

É um animal com uma taxa reprodutiva muito baixa. O período de gestação das fêmeas dura 13 meses, após os quais a mãe amamenta o filhote durante um período de 1 a 2 anos. Ela tem apenas um filhote a cada 4 anos, uma vez que só voltará ao período reprodutivo um ano após o desmamar. Esta, junto com a época do acasalamento, é das poucas ocasiões em que verá grupos ou pares, são animais de hábitos solitários, raramente vistos em grupo.

Herbívoros, os sirênios precisam ingerir grandes quantidades de alimento, comendo de 8 a 13% do seu peso corporal por dia, atividade que ocupa de 6 a 8 horas diárias. Sua dieta consiste de algas, aguapés, capins aquáticos entre outras vegetações aquáticas. São animais muito mansos e, por este motivo, são facilmente caçados e se encontram em risco de extinção.

Embora os peixes-boi possuam poucos predadores naturais (tubarões, crocodilos, orcas e jacarés), todas as três espécies de peixe-boi (Trichechus manatus, Trichechus senegalensis e Trichechus inunguis) estão listadas pela IUCN como vulneráveis à extinção. Caça, capturas acidentais, perda do hábitat, desmatamento, trânsito de embarcações e o assoreamento dos estuários onde as fêmeas dão à luz os filhotes também são ameaças à sua sobrevivência.

Em todos os países com populações existentes foram nstituídas leis protetora com algum esforço para a conservação através de agências governamentais e / ou organizações não-governamentais. Em alguns países, os esforços têm aumentado significativamente na última década. As duas espécies de peixe-boi brasileiras, o Trichechus manatus, peixe-boi-marinho que se encontra criticamente ameaçado de extinção pelo ICMBio, e o Trichechus inunguis, peixe-boi-da-amazônia considerado como vulnerável à extinção pelo mesmo órgão, são alvo de três planos de conservação: PAN Sirênios, PAN Xingu e PAN Manguezais.

5 de julho de 2013

Fonte : Projeto Toninhas -Baia de Babitonga

Animação Toninhas!


Toninhas! Esse é o nome da animação escrita, produzida e dirigida por Douglas Etges e Marcelo da Silva, do Estúdio Pé de Nuvem, com o apoio do Projeto Toninhas. A animação foi produzida em 2012 como parte do Projeto de Conclusão de Curso de Design de Animação Digital da UNIVILLE. O filme expõe, através de infográficos animados, informações a respeito da espécie, de suas principais ameaças e estratégias de conservação.

A toninha é o golfinho mais ameaçado do Atlântico Sul. Em toda a sua distribuição, a principal ameaça está diretamente relacionada com a captura acidental em redes de emalhe, que causa a morte de centenas de toninhas por ano.


A animação “Toninhas” está disponível nas redes sociais, youtube e facebook do Projeto Toninhas. A versão original é em português, mas tem versões legendadas em espanhol e em inglês. A versão em inglês teve a colaboração de Eduardo Secchi e a versão em espanhol de Silvina Botta. 


Ajudem a divulgar!



YouTube

- Versão Legendada em Espanhol: http://www.youtube.com/watch?v=LG1IfjkOmJU
- Versão Legendada em Inglês: http://www.youtube.com/watch?v=J8geH_cA7EA

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Brasil ganha mais um Parque Nacional Marinho

fonte: http://www.icmbio.gov.br/portal/comunicacao/noticias/20-geral/4081-brasil-ganha-mais-um-parque-nacional-marinho.html

ilha dos currraisBrasília (25/06/2013) – O Diário Oficial da União da última sexta-feira (21) apresentou mais um ganho para o Brasil e para a sociedade. Por meio da Lei 12.829, datada de 20 de junho de 2013, a presidenta Dilma Rousseff sanciona a criação do Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais, no Estado do Paraná. Sua importância para a conservação marinha levou à elaboração, em 2002, de um Projeto de Lei (no 7.032) para a criação do Parque.
O objetivo é proteger os ecossistemas das Ilhas dos Currais, bem como os ambientes marinhos dos limites do seu entorno, permitindo ainda a proteção e controle de relevantes áreas de nidificação de várias espécies de aves e de hábitat de espécies marinhas.
As ilhas dos Currais formam um pequeno arquipélago a 6,2 milhas da costa, em frente à Praia de Leste, no município de Pontal do Paraná (PR), composto por três pequenas ilhas e quatro grupos de recifes artificiais localizados no seu entorno. A primeira ilha possui apenas um pico de pedra alto sem vegetação, a segunda um pouco mais baixa e a terceira, bem maior, apresenta vegetação apenas em seu cume.
As ilhas não possuem praias, apenas costões de rochas e pedras que afloram do mar. Vivem na área mais de 8 mil aves, chegando a nascer cinco mil atobás nas ilhas. Daí a ilha ser o principal berço desta ave em todo o litoral brasileiro.
O entorno das ilhas também serve de proteção para o mero, o maior peixe ósseo do Atlântico Sul, que está ameaçado de extinção. Os peixes se abrigam em recifes artificiais e recifes naturais, estes últimos, um dos motivos da necessidade de conservação da área.
Para o presidente do ICMBio, Roberto Vizentin, a criação do Parque Nacional Marinho das Ilhas dos Currais é um ganho para toda a sociedade brasileira. "O desafio será, a partir de uma boa gestão, conciliar as atividades de interesse local, como o mergulho, com a conservação de todo esse ecossistema do qual essas espécies dependem".
A criação do parque vem ao encontro do objetivo do Governo Federal de, até 2020, ter 10% das áreas costeiras e marinhas protegidas na forma de unidades de conservação – proposto na 10ª Conferência das Partes (COP-10), em Nagoia (Japão), em 2010, para a Convenção Sobre Diversidade Biológica (CDB).
Além da importância ecológica, o arquipélago é amplamente utilizado pelos pescadores artesanais do litoral do Paraná, sendo um dos principais polos pesqueiros do estado. Daí a necessidade de se gerar conhecimentos acerca da biodiversidade marinha e das atividades de pesca para a adoção de medidas de manejo eficientes.

sábado, 22 de junho de 2013

Matança de Botos-vermelhos

21 de junho de 2013

Amigos, estamos compartilhando o relato do Sr. Almino Goncalves de Albuquerque - Tapauá-AM:

"A NATUREZA ESTÁ EM LUTO! FAVOR LEIAM ATÉ O FINAL!

ONTEM, DIA 20 DE JUNHO,SAIMOS DA CIDADE DE TAPAUÁ PARA FAZER UMA VIAGEM ADMINISTRATIVA ATÉ A FOZ DO TAPAUÁ E A COMUNIDADE CAMARUÃ PARA ENTREGARMOS, A POPULAÇÃO LOCAL, 02 (DOIS) POÇOS ARTESIANOS RECÉM CONSTRUÍDOS. SAÍMOS POR VOLTA DE 11 HORAS DA MANHÃ. ESTAVAM NA MINHA COMITIVA MEU SECRETÁRIO PARTICULAR JÚNIOR REIS, O OFICIAL DE JUSTIÇA JAMIM MANGABEIRA, O FOTÓGRAFO PROFISSIONAL EDIMAR BARROS, UM AGENTE DA POLÍCIA CIVIL E UM POLICIAL MILITAR QUE FORAM INCUBIDOS PELO JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE TAPAUÁ, DR. ADNAID ABRANTES DE SOUZA TAVARES E O PROMOTOR DE JUSTIÇA DA COMARCA DE TAPAUÁ, DR. ÁLVARO GRANJA PARA ENTREGAR NAS COMUNIDADES RIBEIRINHAS UMA PORTARIA DO JUIZ DE DIREITO DA COMARCA E UMA RECOMENDAÇÃO DO PROMOTOR DE JUSTIÇA PARA COIBIR A PESCA PREDATÓRIA NO MUNICÍPIO DE TAPAUÁ, QUE TODOS OS ANOS PREJUDICA A POPULAÇÃO RIBEIRINHA DO MUNICÍPIO DE TAPAUÁ. QUANDO PASSAMOS NA COMUNIDADE QUATI PRESENCIAMOS 02 (DOIS) BARCOS PESQUEIROS EM ATIVIDADES SUSPEITA FOMOS ATÉ A COMUNIDADE ARIMÃ, ONDE DEIXAMOS 04 (QUATRO) PESSOAS E VOLTAMOS PARA A COMUNIDADE COATI, JÁ A NOITE. QUANDO CHEGAMOS NO LOCAL ONDE OS BARCOS SUPEITOS ESTAVAM ANCORADOS NÃO ENCONTRAMOS NENHUMA PESSOA POIS ELES EVADIRAM-SE DO LOCAL EM UMA DESLIZADEIRA, SEGUNDO INFORMAÇAO DE UM RIBEIRINHO.
NO BARCO MONTE SINAI QUE É DE PROPRIEDADE DO SENHOR CONHECIDO COMO CRISTÓVÃO FÉLIX ENCONTRADOS APROXIMADAMENTE 20 BOTOS DA ESPÉCIE TUCUXI, TODOS ESQUATEJADOS. A CARNE DO BOTO SERVE DE ISCA PARA CAPTURAR MILHARES DE PEIXES EM REDES APROPIADAS. VOLTAMOS A TAPAUÁ TRAZENDO UM DOS BARCOS APREENDIDOS PELOS POLICIAIS E OFICIAL DE JUSTIÇA DA COMARCA DE TAPAUÁ.

LAMENTAÇÃO

NOS ÚLTIMOS 04 (QUATRO), TAPAUÁ FOI ADMINISTRADOS POR PREFEITOS QUE NÃO TINHAM PREOCUPAÇÃO COM O POVO RIBEIRINHO, QUE POR QUATRO ANOS FICARAM A MERCÊ DA MISERICÓRDIA DE DEUS. O QUE NOS CAUSA ESTRANHESA QUE OS ÓRGÃOS AMBIENTAIS FAZEM OUVIDO DE MERCADOR PARA ESTES CRIMES QUE PREJUDICAM A NATUREZA E MAIS, AINDA, O POVO RIBEIRINHO DO NOSSO MUNICÍPIO FOI PRECISO QUE O PREFEITO E ALGUNS VEREADORES FAÇAM O QUE DE COMPETÊNCIA DOS ORGÃOS AMBIENTAIS, FEDERAL E ESTADUAL. VOU, PESSOALMENTE, CONVERSAR COM O GOVERNADOR OMAR AZIZ PARA DAR CONHECIMENTO DESTE FATO LAMENTÁVEL. TENHO ABSOLUTA CERTEZA QUE O NOSSO GOVERNADOR, ALÉM DE NÃO TER CONHECIMENTO DOS FATOS, OCORRIDOS NO MUNICÍPIO DE TAPAUÁ NOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS, TOMARÁ, IMEDIATAMENTE, MEDIDAS PARA COIBIR ESTES ATOS CRIMINOSOS CONTRA O MEIO AMBIENTE QUE LEVOU AS LÁGRIMAS ALGUNS INTEGRANTE DA NOSSA EQUIPE.



PERIGOS QUE ENCONTRAMOS NA PRIMEIRA ABORDAGEM QUE FIZEMOS

AO CHEGARMOS À COMUNIDADE FOZ DO JACARÉ PARA ENTREGAR A PORTARIA DO JUIZ E A RECOMENDAÇÃO DO PROMOTOR E FOMOS RECEBIDOS POR UM PESCADOR DE OUTRO MUNICÍPIO QUE ESTAVA PORTANDO UMA ESPINGARDA NA MÃO ESQUERDA E COM O CARTUCHO PRONTO PARA COLOCAR NA REFERIDA ESPINGARDA, ESTA ARMA FOI APREENDIDA PELOS POLICIAIS QUE ESTAVAM NA MINHA COMINITIVA, PEÇO AOS MEUS AMIGOS DO FACE QUE COMPARTILHEM ESTE TEXTO, ILUSTRADO COM FOTOGRAFIAS COM OS SEUS AMIGOS DO FACE, AGINDO ASSIM, VOCÊS ESTÃO COLABORANDO PARA BOTAR UM PONTO FINAL A ESTE CRIME CORRIQUEIRO NO MUNICÍPIO DE TAPAUÁ. QUERO DAR CIÊNCIA A TODAS AS PESSOAS QUE VIEREM A LER ESTA POSTAGEM QUE VAMOS CONTINUAR COMBATENDO ESTE TIPO DE CRIME. AMANHÃ VOLTAREMOS SE CASO OCORREREM NOVOS FATOS. ESTAMOS NESSE MOMENTO VOLTANDO PARA A COMUNIDADE FOZ DO TAPAUÁ TOMANDO TODAS AS MEDIDAS QUE FOREM NECESSÁRIAS PARA QUE OS ANIMAIS NÃO VENHAM MAIS A SER VÍTIMA DA PESCA CRIMINOSA., FIQUEM TODOS NA PAZ DO ARQUITETO DO UNIVERSO. PEÇO ORAÇÕES DE TODOS OS MEUS AMIGOS DO FACE E DOS AMIGOS DOS MEUS AMIGOS PARA QUE POSSAMOS VIA REDES SOCIAIS COLABORAR COM O MEIO AMBIENTE. QUERO DAR CONHECIMENTOS A TODOS QUE NÃO VAMOS NOS CURVAR E NEM TEMER PREDADORES DO NOSSSO MUNICÍPIO OU DE OUTROS MUNICIPIOS, E TOMAREMOS TODAS AS MEDIDAS QUE FOREM PRECISO PARA QUE A PAZ, QUE É O SIMBOLO DO NOSSA MUNICÍPIO, TAMBEM, POSSAM A CHEGAR A TODAS AS ESPÉCIE DA FLORA E FAUNA, QUE FOI CRIADA POR DEUS, E NÃO PODDE SER DESTRUIDA POR PESSOAS INESCRUPULOSAS QUE NÃO PENSAM NO FUTURO DOS SEUS FILHOS, NETO E BISNETOS. UM ABRAÇO DE TAMANDUÁ A TODOS OS MEUS AMIGOS DO FACE"

Na realidade os animais da fotos são botos-vermelhos, e não tucuxis como informado no relato.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Cachalote muere por comerse 18 kilos de plástico

http://eldiario.com.uy/2013/03/07/cachalote-muere-por-comerse-18-kilos-de-plastico/ 

Por (anasalvo@eldiario.com.uy) | Jueves, 7 de marzo del 2013


Hace aproximadamente un año,  un cachalote de 4.500 kilos y 10  metros de largo, fue hallado muerto en una playa de Granada, España.  Frente al hallazgo, acudió un equipo de científicos a tomar muestras biológicas para determinar la causa de la muerte, pero grande fue su sorpresa cuando abrieron el estomago del animal, y encontraron 59 pedazos de plástico provenientes de los invernaderos locales, que totalizaron 18 kilos.

La causa de la muerte del gigante marino fue que  esos plásticos le habían reventado uno de los estómagos. Cuando abrieron el cachalote pensaron que el cuerpo había sido contaminado adrede una vez que quedó varado en la playa, pero al poco se dieron cuenta que efectivamente se había comido grandes trozos de plástico y cuerdas, además de dos macetas y un spray, entre otras basuras.

Los expertos reconocieron que lo hallado en la panza del cachalote es el típico plástico de los  invernaderos que se encuentran a todo lo largo de la costa, desde Murcia hasta Málaga.
Uno de estos plásticos había obstruido uno de los tres estómagos que poseen estos animales. “El estómago había explotado y el contenido gástrico estaba por la cavidad abdominal” El animal presentaba signos de desnutrición y no había restos de alimento reciente. “El intestino estaba vacío. 

La causa de la muerte fue presumiblemente una ruptura gástrica por los restos, lo que se unió a un problema previo de desnutrición”, fue el veredicto de estos CSI de animales.
Detallan que en el interior del cetáceo se encontraron 26 piezas que sumaban  8,1 kilos y 29,9 metros cuadrados del plástico transparente típico de los invernaderos; cuatro restos de bolsas negras para cultivos (que pesaban 0,44 kilos); nueve metros de las cuerdas usadas para fijar invernaderos, y dos mangueras que medían 4,5 metros.

El cachalote está catalogado como vulnerable en España y en el Mediterráneo. Se estima que hay menos de 1.000 ejemplares.

quarta-feira, 19 de junho de 2013


Abaixo-assinado NÃO À USINA DE BELO MONTE!

 http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2012N19449

A construção da Usina de Belo Monte é um crime contra o ecossistema, a população ribeirinha local e a comunidade indígena que habita a região do rio Xingú. Os dados fornecidos para implementação desta úsina é mentirosa! Sabemos que esta construção não vai suprir a necessidade de energia necessário para o Brasil, pois, durante o regime de seca não haverá produção de energia por um período de seis meses, ou mais! Vejam os dados abaixo, fornecidos por pesquisadores da EMBRAPA:
"a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos impactos socioeconômicos. Outro fator que pesa nas argumentações contra a construção é que a obra irá inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.
A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto, estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da região. De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área diretamente afetada"
Sendo assim é um projeto é inviavel! Vamos lutar contra esse crime!!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Uma Toninha é encontrada morta no litoral de São Paulo

terça-feira, 11 de junho de 2013 

fonte  http://www.gemmlagos.com.br/2013/06/uma-toninha-e-encontrada-morta-no.html

A Toninha (Pontoporia blainvillei) is found dead on the coast of São Paulo
Un delfín Franciscana (Pontoporia blainvillei) es encontrado muerto en la costa de São Paulo


Uma toninha foi encontrada morta no Litoral de São Paulo, dessa vez na areia da praia das Astúrias, no Guarujá.  Horas antes, outra carcaça, talvez da mesma espécie, havia sido localizada sem vida na praia de Tombo por pessoas que estavam no local. Mas esta não foi mais encontrada, acreditando-se nas hipóteses de ter afundado ou ser o mesmo animal.
Segundo o pesquisador Davi Tavares, da Universidade Norte Fluminense (UENF) e do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos), ambos podem ter sido vítimas de uma rede de pesca. São animais muito discretos, mas que são fatalmente mortos por esse tipo de atividade. Monitoramos as Toninhas do Norte Fluminense há 13 anos e hoje raramente conseguimos observar uma na natureza, completou.
A Toninha (Pontoporia blainvillei)
A toninha, conforme disse Davi, é uma das menores espécies de golfinhos existentes no mundo e ocorre somente em águas costeiras do Brasil, desde o Uruguay e Argentina no Rio da Prata. Em função das capturas acidentais em redes de pesca, a espécie está incluída na listas oficiais da fauna ameaçada de extinção no país (IBAMA, 2007).
Toninha (Pontoporia blainvillei) encontrada no Guarujá
A Toninha é uma das espécies com ciclo de vida mais curto entre os cetáceos. A maturidade sexual é atingida quando os animais possuem entre 2 e 5 anos de idade, havendo pouca diferença na idade de maturação entre os sexos. No entanto, o comprimento médio de maturidade sexual demonstra um dimorfismo sexual reverso. As fêmeas são maiores que os machos e há uma pronunciada variação geográfica em tamanho da espécie, havendo diferença entre as médias de comprimento de acordo com o grupo populacional onde se encontra. As fêmeas dão à luz a um filhote a cada um ou dois anos. O período de gestação dura aproximadamente 11 meses, o comprimento ao nascer varia de 70 a 80 cm e o tempo de lactação pode chegar a nove meses.
Locais de ocorrência da espécie.
A toninha alimenta-se de uma ampla variedade de presas, mas possui preferência por peixes ósseos e lulas de pequeno porte, geralmente com tamanho médio de 10 cm.
Estudo de encalhes - IMMAR & GEMM-Lagos
Os encalhes de cetáceos representam oportunidades excepcionais para incrementar o conhecimento sobre sua história de vida e subsidiar a implantação de medidas de conservação eficientes e adequadas à realidade de cada região, fornecendo dados como taxa de mortalidade, causas dos óbitos, sazonalidade dos eventos e associação com atividades humanas predatórias.
Técnicos com um espécime de Toninha em Quissamã-RJ, onde
também estão ameaçadas pelas redes de pesca.
O IMMAR, em parceria com o Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos), realiza diversos estudos com animais marinhos encalhados no litoral norte do Rio de Janeiro, incluindo análise odontométrica para estimativa de idade, coleta de dados morfométricos, identificação de estoques populacionais, histopatologia, entre outros. Essas informações geradas representam fontes de pesquisa e geram subsídios adicionais à elaboração de planos de conservação e de manejo das espécies.
Fonte: Junior Reis / Google / Calcademy / CBMESP /  ICMBio / IBAMA / CMA / Davi Tavares.