domingo, 22 de setembro de 2013

Baleias encalham no litoral do RN; seis morrem



Baleias encalham no litoral do RN; seis morrem

Animais são da espécie piloto e encalharam em Areia Branca, litoral Norte.
Biólogos ainda não sabem o que ocasionou a morte dos mamíferos.

Do G1 RN

Baleias encalharam na praia de Upanema neste domingo (22) (Foto: Divulgação/PM)Baleias encalharam na praia de Upanema neste domingo (22) (Foto: Divulgação/PM)
Cerca de 30 baleias-piloto encalharam na praia de Upanema, em Areia Branca, na manhã deste domingo (22). A maioria dos animais foi recolocada no mar pela população local, mas seis delas já morreram, de acordo com a Polícia Militar. Biólogos consultados pelo G1 ainda não sabem informar o que ocasionou o encalhe dos animais. Areia Branca fica na Costa Branca do Rio Grande do Norte, distante 327 quilômetros de Natal.

De acordo com o tenente João Almeida, do Pelotão Ambiental da Policia Militar de Mossoró, os policiais foram avisados do encalhe por volta das 5h. "De imediato acionamos a equipe do pelotão ambiental e ainda o projeto Cetáceos, mantido pela Petrobras e pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN). Eles coordenaram a população na tentativa de resgatar os animais, reinserindo-os ao mar", falou o oficial.

O policial informou que não há mais baleias vivas encalhadas na praia. No entanto, algumas baleias que foram colocadas de volta ao mar continuam próximas à orla e podem encalhar novamente. Por isso, uma embarcação da Marinha do Brasil está no local para tentar assustar essas baleias vivas para que retornem ao fundo. Mesmo com o salvamento da maioria das baleias, seis delas morreram - inclusive um filhote, segundo a PM. Os animais mortos serão levados para estudo na universidade.
De acordo com biólogos, a baleia piloto não é costeira. Esses animais chegam a medir até 8,5 metros de comprimento, de coloração negra, cabeça em forma de globo sem bico definido e dentes presentes.
Filhote de baleia morreu ao lado da mãe na praia de Upanema (Foto: Divulgação/PM)Filhote de baleia morreu ao lado da mãe na praia de Upanema (Foto: Divulgação/PM)
 

domingo, 8 de setembro de 2013

Eduardo Galeano aponta quatro mentiras sobre a crise ambiental

1 de agosto de 2013

O escritor uruguaio Eduardo Galeano desnuda quatro frases que são comumente utilizada pelas forças dominantes para mascaras as reais causas da crise ambiental que vivemos:

Quatro frases que aumentam o nariz do Pinóquio
1 – Somos todos culpados pela ruína do planeta.

A saúde do mundo está feito um caco. “Somos todos responsáveis”, clamam as vozes do alarme universal, e a generalização absolve: se somos todos responsáveis, ninguém é. Como coelhos, reproduzem-se os novos tecnocratas do meio ambiente. 
É a maior taxa de natalidade do mundo: os experts geram experts e mais experts que se ocupam de envolver o tema com o papel celofane da ambiguidade. Eles fabricam a brumosa linguagem das exortações ao “sacrifício de todos” nas declarações dos governos e nos solenes acordos internacionais que ninguém cumpre.
Estas cataratas de palavras – inundação que ameaça se converter em uma catástrofe ecológica comparável ao buraco na camada de ozônio – não se desencadeiam gratuitamente.
A linguagem oficial asfixia a realidade para outorgar impunidade à sociedade de consumo, que é imposta como modelo em nome do desenvolvimento, e às grandes empresas que tiram proveito dele. Mas, as estatísticas confessam.
Os dados ocultos sob o palavreado revelam que 20% da humanidade comete 80% das agressões contra a natureza, crime que os assassinos chamam de suicídio, e é a humanidade inteira que paga as consequências da degradação da terra, da intoxicação do ar, do envenenamento da água, do enlouquecimento do clima e da dilapidação dos recursos naturais não-renováveis. 
A senhora Harlem Bruntland, que encabeça o governo da Noruega, comprovou recentemente que, se os 7 bilhões de habitantes do planeta consumissem o mesmo que os países desenvolvidos do Ocidente, “faltariam 10 planetas como o nosso para satisfazerem todas as suas necessidades. ” Uma experiência impossível.
Mas, os governantes dos países do Sul que prometem o ingresso no Primeiro Mundo, mágico passaporte que nos fará, a todos, ricos e felizes, não deveriam ser só processados por calote. Não estão só pegando em nosso pé, não: esses governantes estão, além disso, cometendo o delito de apologia do crime.
Porque este sistema de vida que se oferece como paraíso, fundado na exploração do próximo e na aniquilação da natureza, é o que está fazendo adoecer nosso corpo, está envenenando nossa alma e está deixando-nos sem mundo.
2 – É verde aquilo que se pinta de verde.
Agora, os gigantes da indústria química fazem sua publicidade na cor verde, e o Banco Mundial lava sua imagem, repetindo a palavra ecologia em cada página de seus informes e tingindo de verde seus empréstimos.
“Nas condições de nossos empréstimos há normas ambientais estritas”, esclarece o presidente da suprema instituição bancária do mundo. Somos todos ecologistas, até que alguma medida concreta limite a liberdade de contaminação.
Quando se aprovou, no Parlamento do Uruguai, uma tímida lei de defesa do meio-ambiente, as empresas que lançam veneno no ar e poluem as águas sacaram, subitamente, da recém-comprada máscara verde e gritaram sua verdade em termos que poderiam ser resumidos assim: “os defensores da natureza são advogados da pobreza, dedicados a sabotarem o desenvolvimento econômico e a espantarem o investimento estrangeiro.” 
O Banco Mundial, ao contrário, é o principal promotor da riqueza, do desenvolvimento e do investimento estrangeiro. Talvez, por reunir tantas virtudes, o Banco manipulará, junto à ONU, o recém-criado Fundo para o Meio-Ambiente Mundial.
Este imposto à má consciência vai dispor de pouco dinheiro, 100 vezes menos do que haviam pedido os ecologistas, para financiar projetos que não destruam a natureza. 
Intenção inatacável, conclusão inevitável: se esses projetos requerem um fundo especial, o Banco Mundial está admitindo, de fato, que todos os seus demais projetos fazem um fraco favor ao meio-ambiente.
O Banco se chama Mundial, da mesma forma que o Fundo Monetário se chama Internacional, mas estes irmãos gêmeos vivem, cobram e decidem em Washington.
Quem paga, manda, e a numerosa tecnocracia jamais cospe no prato em que come. Sendo, como é, o principal credor do chamado Terceiro Mundo, o Banco Mundial governa nossos escravizados países que, a título de serviço da dívida, pagam a seus credores externos 250 mil dólares por minuto, e lhes impõe sua política econômica, em função do dinheiro que concede ou promete.
A divinização do mercado, que compra cada vez menos e paga cada vez pior, permite abarrotar de mágicas bugigangas as grandes cidades do sul do mundo, drogadas pela religião do consumo, enquanto os campos se esgotam, poluem-se as águas que os alimentam, e uma crosta seca cobre os desertos que antes foram bosques.
3 – Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra.
Poder-se-á dizer qualquer coisa de Al Capone, mas ele era um cavalheiro: o bondoso Al sempre enviava flores aos velórios de suas vítimas… As empresas gigantes da indústria química, petroleira e automobilística pagaram boa parte dos gastos da Eco 92: a conferência internacional que se ocupou, no Rio de Janeiro, da agonia do planeta. 
E essa conferência, chamada de Reunião de Cúpula da Terra, não condenou as transnacionais que produzem contaminação e vivem dela, e nem sequer pronunciou uma palavra contra a ilimitada liberdade de comércio que torna possível a venda de veneno.
No grande baile de máscaras do fim do milênio, até a indústria química se veste de verde. A angústia ecológica perturba o sono dos maiores laboratórios do mundo que, para ajudarem a natureza, estão inventando novos cultivos biotecnológicos.
Mas, esses desvelos científicos não se propõem encontrar plantas mais resistentes às pragas sem ajuda química, mas sim buscam novas plantas capazes de resistir aos praguicidas e herbicidas que esses mesmos laboratórios produzem.
Das 10 maiores empresas do mundo produtoras de sementes, seis fabricam pesticidas (Sandoz-Ciba-Geigy, Dekalb, Pfizer, Upjohn, Shell, ICI). A indústria química não tem tendências masoquistas.
A recuperação do planeta ou daquilo que nos sobre dele implica na denúncia da impunidade do dinheiro e da liberdade humana. A ecologia neutra, que mais se parece com a jardinagem, torna-se cúmplice da injustiça de um mundo, onde a comida sadia, a água limpa, o ar puro e o silêncio não são direitos de todos, mas sim privilégios dos poucos que podem pagar por eles.
Chico Mendes, trabalhador da borracha, tombou assassinado em fins de 1988, na Amazônia brasileira, por acreditar no que acreditava: que a militância ecológica não pode divorciar-se da luta social. Chico acreditava que a floresta amazônica não será salva enquanto não se fizer uma reforma agrária no Brasil.
Cinco anos depois do crime, os bispos brasileiros denunciaram que mais de 100 trabalhadores rurais morrem assassinados, a cada ano, na luta pela terra, e calcularam que quatro milhões de camponeses sem trabalho vão às cidades deixando as plantações do interior. 
Adaptando as cifras de cada país, a declaração dos bispos retrata toda a América Latina. As grandes cidades latino-americanas, inchadas até arrebentarem pela incessante invasão de exilados do campo, são uma catástrofe ecológica: uma catástrofe que não se pode entender nem alterar dentro dos limites da ecologia, surda ante o clamor social e cega ante o compromisso político.
4 – A natureza está fora de nós.
Em seus 10 mandamentos, Deus esqueceu-se de mencionar a natureza. Entre as ordens que nos enviou do Monte Sinai, o Senhor poderia ter acrescentado, por exemplo: “Honrarás a natureza, da qual tu és parte.” Mas, isso não lhe ocorreu. Há cinco séculos, quando a América foi aprisionada pelo mercado mundial, a civilização invasora confundiu ecologia com idolatria. 
A comunhão com a natureza era pecado. E merecia castigo. Segundo as crônicas da Conquista, os índios nômades que usavam cascas para se vestirem jamais esfolavam o tronco inteiro, para não aniquilarem a árvore, e os índios sedentários plantavam cultivos diversos e com períodos de descanso, para não cansarem a terra. 
A civilização, que vinha impor os devastadores monocultivos de exportação, não podia entender as culturas integradas à natureza, e as confundiu com a vocação demoníaca ou com a ignorância.
Para a civilização que diz ser ocidental e cristã, a natureza era uma besta feroz que tinha que ser domada e castigada para que funcionasse como uma máquina, posta a nosso serviço desde sempre e para sempre. 
A natureza, que era eterna, nos devia escravidão. Muito recentemente, inteiramo-nos de que a natureza se cansa, como nós, seus filhos, e sabemos que, tal como nós, pode morrer assassinada. Já não se fala de submeter a natureza.
Agora, até os seus verdugos dizem que é necessário protegê-la. Mas, num ou noutro caso, natureza submetida e natureza protegida, ela está fora de nós. 
A civilização, que confunde os relógios com o tempo, o crescimento com o desenvolvimento, e o grandalhão com a grandeza, também confunde a natureza com a paisagem, enquanto o mundo, labirinto sem centro, dedica-se a romper seu próprio céu.
 
gandarela

Veja as 15 propostas de criação de Unidades de Conservação fonte: ((o))eco - 06/09/13



NOME UF CATEGORIA ÁREA PROVÁVEL CRIAÇÃO/ AMPLIAÇÃO BIOMA OBJETIVO
MÉDIO JURUÁ AM RESEX 35.924 AMPLIAÇÃO AMAZÔNIA Incorporar áreas de uso e moradia de extrativista que ficaram forma do perímetro quando da criação da RESEX.
TAUÁ-MIRIM MA RESEX 15.329 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela pontuação extrativista da comunidade do Taim, residente na área de abrangência da Reservas e demais populações habitantes de áreas contíguas.
NASCENTES
GERAIZEIRAS
MG RDS 38.177 CRIAÇÃO CERRADO Proteger mais de 200 nascentes de córregos que abastecem a região; proteger as áreas de extrativismo utilizadas pelas comunidades beneficiárias; garantir acesso ao território tradicional pela população geraizeira local; incentivar a realização de estudos voltados para a conservação e uso sustentável do Cerrado e promover a conservação da biodiversidade.
ILHAS DE SIRINHAÉM PE RESEX 2.649 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista (pescadores artesanais) das comunidades de Ipojuca e Sirinhaém e demais comunidades incidentes na área de sua abrangência.
LAGO DO CUNIÃ RO RESEX 55.850 AMPLIAÇÃO AMAZÔNIA Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis manejados pelas comunidades tradicionais que utilizam essa unidade de conservação.
CABO DE SANTA
MARTA GRANDE
SC RESEX 60.036 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista da comunidade do Cabo de Santa Marta e a conservação da baleia franca austral Eubalaena australis.
LITORAL SUL
DE SERGIPE
SE RESEX 19.000 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger áreas naturais de uso das comunidades tradicionais extrativistas (catadoras de mangaba, pescadores, entre outros), garantindo o acesso aos recursos e uso sustentável do território, bem como áreas consideradas relevantes para a conservação e sustentabilidade dos recursos naturais utilizados, abrangendo estuários, manguezais, áreas de restinga e nascentes.
IBIRAQUERA/
ENCANTADA
SC RESEX 19.195 CRIAÇÃO MARINHO/
COSTEIRO
Proteger os meios de vida, a cultura e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela pontuação extrativista de pesca artesanal de comunidades dos municípios de Imbituba e Garopaba, residente na área de abrangência da Reserva.
BAIXO RIO BRANCO
JUAPERI
AM/RR RESEX 581.000 CRIAÇÃO   Proteger a bacia hidrográfica do rio Jauaperi e Baixo rio Branco, garantir o território e o uso sustentável dos recursos naturais pelas populações ribeirinhas e extrativistas locais, bem como promover o ordenamento da atividade pesqueira na região.
GUARICANA PR PARNA 40.739 CRIAÇÃO MATA
ATLÂNTICA
O parque nacional se destina à preservação de importante porção do bioma mata atlântica com a formação vegetal Floresta Ombrófila Densa e Mista e proteção de mananciais hídricos.
ALCATRAZES SP PARNA 15.819 CRIAÇÃO MARINHO Preservar os ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica e possibilitar a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
SERRA DO
GANDARELA
MG PARNA 27.627 CRIAÇÃO   Garantir a conservação do relevante patrimônio ambiental, espeleológico, hidrológico e biológico associado ao Geossistema Canga-Itabirito, que tem na área do PNSG os mais significativos remanescentes desta formação no Quadrilátero Ferrífero.
BOQUEIRÃO DA
ONÇA
BA PARNA 319.850 CRIAÇÃO CAATINGA Proteção de importantes remanescentes de Caatinga de excepcional qualidade ambiental, onde ocorrem grandes predadores de topo de cadeia alimentar, como as onças-pardas e onças-pintadas e muitas espécies da flora e fauna endêmicas e ameaçadas de extinção, assim como proteger um significativo conjunto de cavernas, dentre elas as duas maiores do Brasil, a Toca da Boa Vista e a Toca da Barriguda, além de promover a proteção de nascentes e áreas de recarga hídrica.
CHAPADA DOS
VEADEIROS
GO PARNA 80.000 AMPLIAÇÃO CERRADO Proteger áreas de cerrado, notadamente áreas de altitude elevada, campos limpos e campos úmidos.
Atender demanda do Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO e estabelecer um status de proteção legal compatível com o existente na época da inscrição do sítio.
ALTO MAUÉS AM ESEC 663.517 CRIAÇÃO AMAZÔNIA Proteger as diversas fisionomias vegetais existentes na região, conservar porções das áreas de ocorrência e endemismo de diferentes espécies de primatas, propiciar a existência de populações viáveis de grandes felinos, abrigar espécies de aves residentes e migrantes e complementar o corredor ecológico entre as Florestas Nacionais Amanã e Pau Rosa e o Parque Nacional da Amazônia.
MARINHO DOS
ABROLHOS
BA PARNA 890.000 AMPLIAÇÃO MARINHO Aumentar representatividade de amostras de ecossistema marinho excepcionalmente rico em recifes, algas e ictiofauna e proteger espécies ameaçadas de extinção, principalmente as tartarugas marinhas, baleias-jubarte, coral cérebro, conciliando a proteção integral da flora, da fauna e das belezas naturais com a utilização para objetivos educacionais, recreativos e científicos.
PANTANAL
MATOGROSSENSE
MT PARNA 60.000 AMPLIAÇÃO PANTANAL Incorporar a região da serra do amolar e adjacências, ampliando a representatividade da unidade de conservação.
TOTAL DE ÁREA PROPOSTA PARA AMPLIAÇÃO 2.924.712